O peão do Acre Ramon Rodrigues, natural de Rio Branco, conquistou um dos maiores títulos do Rodeio no Brasil: o de campeão da Liga Nacional de Rodeio em Barretos (SP). O torneio foi realizado nos dias 24, 25, 26 e 29 deste mês, na arena da Festa do Peão de Boiadeiro.
Revelado pelo Circuito Barretos de Rodeio, durante a Feira de Negócios e Entretenimento do Acre, Expoacre, Ramon garantiu vaga no campeonato nacional em Barretos no ano de 2013.
Em 2014, ele chegou perto de ganhar o internacional, ficando entre os 10 melhores da competição. Em 2015, a porteira abriu e ele saiu do brete para ser aplaudido de pé na arena do Barretão. Foi na adrenalina dos oito segundos que a sua história mudou completamente.
Cheio de determinação e fé, Ramon Rodrigues (primeiro lugar na LNR) e seu amigo de montaria Edevaldo Silva (segundo lugar LNR), um dos grandes nomes do Rodeio no Brasil, embarcam para os Estados Unidos, para participar da semifinal do The American, que será realizado em fevereiro de 2016.
Ramon não é o primeiro a levar o nome do Acre para brilhar no mundo do rodeio. Essa estrada de sucesso foi trilhada por Robson Palermo, natural de Bujari, tricampeão mundial do Rodeio.
O jovem que vem conseguindo se destacar no mundo das montarias profissionais conta, em entrevista exclusiva, como vem conseguindo se destacar nos rodeios.
Ele ainda falou sobre a sua infância no sítio em Rio Branco, a mudança para São Paulo e os planos de vida nova nos Estados Unidos. Em entrevista exclusiva, o atleta falou sobre sua carreira e desafios: “o meu maior desafio é o boi”.
Como tudo começo? Como surgiu essa vontade de montar em touros?
Eu cresci nesse meio, sempre morei em fazenda, sítio em Rio Branco. Foi então que, desde pequeno, eu comecei a montar em bezerro e boi no meio do pasto. Tomei gosto pela coisa e essa vontade foi crescendo, aí eu decidi montar em rodeio e, graças a Deus, está dando certo. Minha primeira montaria foi com 18 anos.
Como foi a sua primeira aparição em rodeio profissional?
Meu primeiro rodeio profissional foi em Rondônia, em 2010, eu tinha 19 anos. De Rondônia, fui pra Manaus e ganhei um carro. De lá as portas foram se abrindo. Este ano, eu ganhei a chance de competir na LNR no Rodeio em Ribeirão Preto. Em agosto ganhei em 3º lugar no Expoju, Juína – MT. Agora o da liga e outros que vierem.
Conte-nos sobre a sua preparação para o Barretão?
Desde a primeira vez que surgiu a oportunidade de montar em Barretos (na Expoacre, durante o Circuito Barretos de Rodeio) eu entrei com determinação. Graças a Deus me preparei bastante e hoje conquistei o título de campeão da Liga.
Em 2014 eu voltei para montar na Expoacre. Foi lá que as portas se abriram. Eu ainda montei por três anos na arena da Expoacre. Faz dois anos que estou em SP.
Por ser um esporte de risco, como você encara os desafios da montaria?
Graças a Deus, até hoje, nunca sofri nenhum acidente grave, apenas um desmaio com algumas pancadas na cabeça, com uma pequena lesão na mão. Mas, não foi nada sério, graças a Deus. O maior desafio, sem dúvida é domar o boi, adrenalina a mil… Tem que ter “sangue nos olhos” e “faca na boca”.
Como é a sua rotina preparatória para a competição?
A gente já chega no rodeio preparado. Treina bastante antes, faz alongamento pra chegar no rodeio pronto, preparado mesmo para qualquer tipo de situação. E ora muito, pede pra Deus para dar tudo certo, não só para parar no boi, mas para sair com saúde.
E sobre as expectativas de participar da semifinal do The American, nos Estados Unidos?
Eu e o Edevaldo (grande amigo e parceiro de trabalho) vamos participar do The American, em fevereiro de 2016. Vamos ficar uns dois meses ou mais por lá, participando de outros rodeios.
Estou muito confiante, quero me preparar ainda mais para quando chegar lá (EUA) representar bem o Acre e o Brasil, com garra. Estou focado na busca dos meus sonhos.
Vencer o campeonato foi um sonho. O sonho de todo competidor é ganhar em Barretos. Estou muito feliz com esse momento. Quero mandar um abraço para todos os amigos, os fãs que torcem por mim, meus familiares, minha mãe, meus tios e todos os parentes.
O que você diria para os peões que estão começando agora?
Treinar bastante, se dedicar, correr atrás do sonho, tem que correr atrás, não adianta ficar parado esperando não. Tem que se preparar, treinar bastante e ter muita fé em Deus, que tudo dá certo.