Cuidar da saúde também é coisa de homem. Pensando nisso, o Instituto Socioeducativo do Acre (ISE/AC) promoveu nesta sexta-feira, 27, em parceria com os acadêmicos do 3º período de Medicina da Uninorte/Acre, em Rio Branco, uma palestra sobre o câncer de próstata aos adolescentes do Centro Socioeducativo.
A intenção é fazer com que os jovens possam compreender a doença e desenvolver o hábito do cuidado com a saúde desde cedo, além de aprender a conhecer o próprio corpo e as possíveis alterações.
O câncer de próstata, principal foco de combate da campanha Novembro Azul, é uma doença que, comumente, acomete homens com mais de 40 anos e que tem os riscos aumentados acima dos 50. Isso se deve ao fato de o câncer estar relacionado com o envelhecimento masculino. Ou seja, quanto mais avançada for a idade, maiores são as chances de desenvolvê-lo e, consequentemente, os cuidados devem ser redobrados. Mas é necessário que os jovens também fiquem em alerta, principalmente se tiverem histórico de casos na família.
No entanto, a campanha não está atrelada apenas ao câncer de próstata, mas a todas as doenças que são comuns no sexo masculino. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), doenças como o câncer de pênis, que pode ser desenvolvido pela falta de higiene do órgão ou por infecção por HIV, também é fator contribuinte para a morte precoce dos homens.
Disseminar informações
Uma das integrantes do grupo de estudantes, Ana Luiza Albuquerque, explica que o objetivo da palestra é disseminar informações preventivas para que doenças como o câncer de próstata e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) possam ser combatidas desde cedo. “Além de os homens não se cuidarem tanto como as mulheres, eles não têm ou não buscam informações sobre o assunto, então essa palestra orienta os jovens a se protegerem”, diz.
Ações em torno do Novembro Azul
A gerente de saúde do Instituto Socioeducativo (ISE), Andrea Barlatti, afirma que como a maioria dos socioeducandos é do sexo masculino, as ações em torno da campanha Novembro Azul são mais intensificadas. Ela relata que, além das palestras, ao longo do mês também foi realizada a atualização do esquema vacinal dos jovens, concluída em todas as unidades masculinas.
“Atualmente, nosso maior público no sistema socioeducativo é do sexo masculino e o mês de novembro não poderia passar em branco. Não poderíamos deixar de dar a devida atenção relacionada à saúde do homem, já que, geralmente, eles não costumam procurar atendimento médico com tanta frequência como a mulher”, pontua.
“Incentivo para nos cuidarmos”
Para o socioeducando Rafael (nome fictício), é comum que os adolescentes pensem no constrangimento de ter que fazer o exame do toque, por exemplo. “Nós, que somos adolescentes, quando escutamos sobre esses assuntos, já começamos a pensar lá na frente coisas como ‘será que vai ser preciso eu passar por isso?’, então a palestra é uma ajuda para entendermos mais sobre a doença”, analisa.
(Matéria produzida pelo estagiário Renato Menezes)