Transplantados, famílias doadoras de órgãos, equipe de funcionários da área de Saúde e comunidade, participaram nesta quinta-feira, 29, da sessão solene proposta pelo deputado estadual Daniel Zen em alusão aos 10 anos de criação da Central de Transplantes do Acre, realizada na Assembleia Legislativa do Estado (Aleac).
Neste mês celebra-se o Setembro Verde, marcado pelo dia 27 de setembro, Dia Nacional da Doação de Órgãos.
Também participaram da sessão a coordenadora da Central, Regiane Ferrari; a superintendente do Hospital das Clínicas (HC), Juliana Quinteiro; Thelma Chaves, representado as famílias de doadores de órgãos; o secretário de Saúde de Rio Branco, Oteniel Almeida; o presidente em exercício da Aleac, deputado Éber Machado; o deputado Heitor Júnior e o farmacêutico Tiaraju Paulo Matos, já que no mesmo ato realizou-se sessão solene em comemoração ao Dia Estadual do Farmacêutico.
Daniel Zen disse que propôs a sessão para sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos.
“Todos que têm esse desejo devem fazer essa conversa com seus familiares. A doação é uma manifestação de amor e respeito à vida. É importante que essa vontade seja manifestada. Assim, quem sabe, poderemos zerar as filas de espera por transplantes”, disse o parlamentar.
Em um breve pronunciamento, Valdir Miguel dos Santos, representante dos familiares de doadores de órgãos, contou que, mesmo diante da dor da perda de um filho, há 10 meses, ele e a esposa optaram por autorizar a doação de órgãos.
“Eu e minha esposa pensamos: ‘Por que enterrar o melhor do nosso filho, que é a vida dele?’. O mais importante é dar continuidade à vida com a doação de órgãos”, declarou Santos.
Uma história feita a muitas mãos
Regiane Ferrari, coordenadora da central, lembrou todos que fazem parte da história da entidade. Entre eles, destacou nomes como os dos médicos Tércio Genzini, Jarine Nasserala e Natália Moreno. “O governador Tião Viana também tem sido um apoiador incondicional”, destacou.
A coordenadora ressaltou ainda a importância dos servidores que estão na central desde sua criação e dos servidores de órgãos que prestam apoio à Central, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Instituto Médico Legal (IML), as unidades de saúde pública e outros que são fundamentais para o bom funcionamento da entidade.
“Esse é um trabalho que a gente desenvolve com muito empenho e zelo. As coisas mais importantes devemos dizer em vida e, se for da vontade da pessoa de ser doadora, ela deve declarar”, reforçou Regiane Ferrari.
A esperança renovada
Emanoel dos Santos, receptor de um fígado transplantado, contou que há um ano e sete meses estava na fila de espera por um transplante e, àquela altura, tinha perdido as esperanças de seguir com vida. Contudo, sua história mudou quando uma família, mesmo diante da dor da perda de um ente querido, autorizou a doação de órgãos.
“A recompensa virá do Senhor, não de nós. Primeiramente, agradeço muito a Deus, depois a minha família, depois aos médicos, enfermeiros, equipe do SAE [Serviço de Atendimento Especializado] e, claro, a essa família que doou os órgãos”, concluiu o paciente.
A superintendente do HC, também fez agradecimentos às equipes da unidade de saúde que atuam na captação e transplante de órgãos. “Temos muitos profissionais que ficam envolvidos direta e indiretamente quando há a captação e um transplante. A essa equipe multiprofissional, meu muito obrigada pelo empenho”, afirmou.
Nesses 10 anos de atuação, a Central de Transplantes já realizou 268 procedimentos, sendo 82 de rins, 14 de fígado e 172 de córnea.