O Acre tem em torno de 13% da população adulta que ainda não está alfabetizada. Mudar esse número é, principalmente, mudar a vida das pessoas. “Meus pais não foram alfabetizados. Vi a força de vontade deles querendo ler e isso me incentivou a participar do programa Alfa 100”, revelou José Marcelo Feitosa.
Aluno de pedagogia, Marcelo é um dos 68 educadores voluntários que participaram neste sábado, 25, da primeira formação inicial do ano, em Rio Branco. A atividade é realizada simultaneamente em Marechal Thaumaturgo.
Entre os alfabetizadores, diferentes perfis. Renato Oliveira de Souza é formado em Administração, faz uma pós-graduação em Ensino a Distância, desenvolve um trabalho social e pela primeira vez faz parte do programa. “Para mim esse trabalho vai dar nova vida para as pessoas que vão aprender as letras”, definiu. Há ainda os que já atuam há anos. “Mesmo aposentada eu procurei o Alfa 100 para continuar transmitindo esses conhecimentos, experiência e ajudando a melhorar a auto-estima dos alunos”, disse Creusa Crispim Rabêlo.
Durante todo o sábado os alfabetizadores, que recebem uma bolsa de R$400,00, discutiram teorias e metodologias que servirão de subsídios para o trabalho. Eles ainda vão participar de encontros de formação continuada e receber orientação no planejamento e na aprendizagem dos alunos. “É um programa que quer envolver a vida humana e a sociedade acreana”, destacou Moisés Diniz, secretário adjunto de Educação.
O Alfa 100, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) em parceria com o programa federal Brasil Alfabetizado, é responsável pela alfabetização de pessoas com idade a partir dos 15 anos. “O nosso grande desafio é formar cerca de 70 mil pessoas nesse processo de inclusão”, explicou Marco Brandão, titular da pasta.