“Ser professor é uma missão.” A frase é de Iris Célia Cabanellas Zannini, de 78 anos, 60 deles passados em sala de aula.
Atualmente está aposentada do cargo de professora da Universidade Federal do Acre (Ufac), mas o amor pela profissão não permite que ela se afaste dos deveres. Há 30 anos exerce a função de presidente do Conselho Estadual de Educação.
Seu primeiro emprego de professora foi no ano de 1956, na Escola Estadual 24 de Janeiro, localizada no Segundo Distrito da capital.
Nesses 60 anos, muitas lutas e conquistas por melhorias na educação acreana. “Eu fundei a Associação dos Professores Primários do Acre [ASPAC], hoje Sinteac, uma grande conquista para os trabalhadores em educação do nosso Estado”, contou.
Para Iris Célia, a profissão de educador hoje é muito diferente do que há 60 anos. “Os valores mudaram, a sociedade evoluiu. Toda essa modernidade afastou o aluno do professor – antes os laços eram fortes e duradouros, prova disso é que até hoje, quando um ex-aluno me encontra na rua, a emoção toma conta. Os professores de antigamente marcaram sua geração.”
Sobre as sementes plantadas como mestre, a aposentada fala com orgulho. “O que o amor de um professor opera na vida de uma criança é impressionante. Quando um ex-aluno se torna um educador, meu coração se orgulha, afinal, de alguma forma eu fui inspiração.”
No dia dedicado a quem se doa para melhorar o futuro de uma nação, o desejo de quem entregou mais de meio século à causa é que a relação professor/aluno seja cultivada a cada dia.
“Tem que haver respeito, pois um depende do outro, e assim os dois crescem e caminham juntos. O aluno é como se fosse um solo fértil, onde o professor semeia suas melhores sementes para que se produzam belos frutos”, finalizou.