O curso de engenharia florestal da Universidade Federal do Acre (Ufac) em Cruzeiro do Sul tem tudo a ver com o Vale do Juruá. Segundo a professora de botânica, na área de taxonomia, Maria Cristina de Souza, a região é detentora de uma das maiores biodiversidades do planeta.
A intenção da Ufac, ao participar da Mostra de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação – Viver Ciência, foi mostrar um pouco desta biodiversidade para os estudantes e para a população.
Iniciado em 2006, o curso de engenharia florestal tem a duração de cinco anos. Os alunos do curso apresentaram amostras da flora de 30 espécies de um acervo de mais de mil plantas que o laboratório já tem catalogado.
Segundo a professora Maria Cristina existem palmeiras que são praticamente endêmicas da região, embora existam em menor quantidade em outras regiões da Amazônia. Uma delas é a popular ubim, utilizada na cobertura de casas e em artesanatos.
Borboletas e besouros
Pelo lado da fauna foram apresentadas uma coleção da ordem das lepidópteras (borboletas e mariposas) e da ordem das coleópteras (besouros). Entre as borboletas, a famosa borboleta azul, da família morphos, cuja cor brilhante, parecida com luz de neon, faz com que ela seja valorizada, podendo alcançar até o preço de R$ 35 mil no mercado paralelo, entre os colecionadores e para venda a museus.
No entanto, a estudante Tauana Cavalcante de Souza adverte que a comercialização de qualquer espécie de animal silvestre, inclusive borboleta e besouros, é proibido pelas leis ambientais do país.
Dentre a coleção de besouros a população pode aprender a reconhecer o barbeiro, o transmissor da doença de Chagas e que tem causado muitos prejuízos aos produtores de açaí da região.
Embora tenha este tipo de besouro nefasto, a ordem é muito importante para a biodiversidade por ser um dos principais polinizadores.
Outro inseto curioso e famoso presente na mostra é a jequitiranaboia ou tiranaboia. Como tem a cabeça parecida com a de uma cobra existe uma lenda de que sua picada seria tão letal quanto a do réptil. Tauana diz que isto não é verdade. “A jequitiranaboia na verdade não pica os humanos e não tem veneno”, garantiu.