Diante do cenário de cheia nas cidades acreanas, o governador do Acre, Gladson Cameli, publicou no domingo, 25, o documento número 11.414, que decreta estado de emergência em 17 dos 22 municípios acreanos em decorrência das inundações causadas pela elevação dos níveis dos rios e também igarapés.
O Rio Acre está acima da cota de transbordo e na manhã desta segunda-feira, 26, chegou a 15,92 metros.
O governador Gladson Cameli deixou claro que já está em articulação com o governo e bancada federal para que o atendimento às famílias atingidas no estado seja rápido e amenize os impactos.
Nas terras indígenas, já há pedido de ajuda para mantimentos, como alimentos, água potável e kits de higiene. As aldeias foram inundadas e perderam suas produções. Uma reunião com as entidades do governo estadual, federal e representações indígenas ocorreu ainda neste domingo com o objetivo de traçar estratégias, dividir demandas e definir o papel de cada nesse suporte.
Em contatos feitos pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, estes se colocaram à disposição do governador para oferecer ajuda. Uma visita para acompanhar as enchentes dos rios acreanos e organizar ações está sendo planejada em breve. Além do contato feito com o governador, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional também se posicionou em suas redes sobre a situação no estado do Acre e confirmou que deve sentar com a bancada federal para alinhar estratégias.
A cidade mais crítica é Jordão, município isolado de pouco mais de 9 mil habitantes e que teve 80% da população atingida pelas águas do Rio Tarauacá. Neste domingo, o prefeito Naudo Ribeiro decretou situação de emergência e calamidade pública na cidade.
Os dados reforçam a urgência de atendimento a essas comunidades atingidas. Nas nove cidades mais críticas, há 46 abrigos públicos atendendo 5.578 pessoas desabrigadas. Além disso, há 5.703 pessoas desalojadas.
Veja os números por cidade:
Rio Branco
Pessoas desabrigadas: 481
Pessoas desalojadas: 274
Nº de bairros atingidos: 33
Abrigos: 10
Plácido de Castro
Pessoas desabrigadas: 22
Pessoas desalojadas: 200
Nº de bairros atingidos: 13
Abrigos: 2
Xapuri
Pessoas desabrigadas: 43
Pessoas desalojadas: 77
Nº de bairros atingidos: 5
Abrigos: 1
Tarauacá
Pessoas desabrigadas: 77
Pessoas desalojadas: 0
Nº de bairros atingidos: 5
Abrigos: 1
Assis Brasil
Pessoas desabrigadas: 340
Pessoas desalojadas: 125
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 4
Jordão
Pessoas desabrigadas: 1.706
Pessoas desalojadas: 2.061
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 7
Epitaciolândia
Pessoas desabrigadas: 1.010
Pessoas desalojadas: 750
Nº de bairros atingidos: 3
Abrigos: 8
Santa Rosa do Purus
Pessoas desabrigadas: 359
Pessoas desalojadas: 960
Nº de bairros atingidos: 1
Abrigos: 3
Brasileia
Pessoas desabrigadas: 1.540
Pessoas desalojadas: 1.256
Nº de bairros atingidos: 8
Abrigos: 10
Em caso de emergência, ligue 193
Para solicitar atendimento em decorrência das chuvas, basta entrar em contato com o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), por meio do 193.
Há um efetivo empenhado (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e secretarias de Estado) para atender as famílias necessitadas.
Obs: Os números podem sofrer alterações de acordo com o horário de divulgação deste boletim.
Confira o relatório direto no site do Corpo de Bombeiros.
Para os próximos dias
A previsão é que as chuvas continuem sendo intensas na região. De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), o fluxo do vento em altos níveis da atmosfera associado a Alta da Bolívia segue favorecendo a organização de nuvens carregadas sobre o sul da Amazônia.
No Acre, a segunda-feira, 26, será de céu nublado a encoberto com chuva a qualquer hora do dia nas regiões da capital, dos Vales do Purus e Acre e no leste do estado. Nas demais regiões do estado, o dia será de sol entre muitas nuvens, mormaço e pancadas de chuva com trovoadas entre a tarde e a noite. Há possibilidade de grandes acumulados de chuva em todas as regiões do estado.
Todos os dados são concentrados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), onde funciona a sala de situações e monitoramento ambiental.
Cuidado com a rede elétrica
Para prevenir acidentes, a concessionária de energia elétrica Energisa orienta aos clientes afetados pela cheia a não tentar consertar eventual falta de energia. Se a casa for atingida pela água da enchente, desligue o disjuntor de energia (chave geral).
A empresa atua sempre em parceria com a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros para avaliar ou realizar o desligamento da energia por motivo de segurança das equipes que estão atuando no resgate das famílias atingidas pelas águas.
A Energisa reforça que, ao identificar algum perigo com a rede elétrica, o cliente deve entrar em contato pelos canais de atendimento: aplicativo Energisa ON, Gisa (www.gisa.energisa.com.br) e call center 0800-647-7196.
Ao todo, a Energisa fez o desligamento de energia de 1.513 clientes das cidades de Rio Branco, Jordão, Assis Brasil. Epitaciolândia, Plácido de Castro, Brasileia, Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus.