Como disse o poeta Carlos Drummond de Andrade: “que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?” Viver um grande amor é um dos maiores anseios de muitas pessoas. Neste Dia dos Namorados, 12 de junho, a Agência Notícias do Acre apresenta a história de dois casais que há anos celebram a data e cultivam uma relação pautada no respeito e cuidado com o outro.
Adversários ideológicos, a servidora pública Patrycia Coelho, 51 anos, e o jornalista Marcos Afonso, 54 anos, conheceram-se em 1983. Na época, militavam em bandeiras partidárias opostas. Entre as batalhas travadas no campo das ideias, nasceu uma paixão avassaladora.
“Militávamos em frentes distintas do movimento estudantil. Porém, ambos na luta contra a ditadura. E um belo dia chegou aquele rapaz bonito, me convidando para sair. Tomei um susto enorme e fui me consultar com as bases do partido. Mesmo assim resolvi aceitar o namoro”, relembra Patrycia, que confidenciou ter tido o primeiro encontro dentro de um ônibus escolar.
Anos mais tarde, para ser mais precisa, em 2007, foi a vez dos servidores públicos Everaldo Araújo e Concita Cardoso entrelaçarem seus destinos. “Conheci a Concita há nove anos. Ela estava participando de um processo seletivo para professores do Instituto Dom Moacyr (IDM) e eu fazia parte da banca, que faria as entrevistas dos concorrentes”, contou Araújo.
Como toda boa história de amor, a deles não poderia ser diferente. O princípio foi marcado por antipatia e rejeição. “Todas as minhas colegas que saíam da entrevista suspiravam, pois diziam que tinham sido entrevistadas por um homem muito bonito. Eu simplesmente não dei bola. Quando fui selecionada, para minha surpresa, tive que trabalhar na mesma sala que ele”, relembra Concita, com bom humor.
Marcos e Patrycia ousaram namorar por um ano. Mas o comprometimento ideológico do casal fez com que o romance fosse interrompido. Ela casou-se, teve dois filhos e foi morar no Ceará. Já o jornalista enveredou pelos caminhos políticos e também viveu outra história de amor. Mas, 21 anos depois o reencontro aconteceu.
“Temos hoje dez anos de relação. Ganhei mais dois filhos do coração e ainda tenho outra filha do coração. De maneira que estamos aprendendo. Como diria um pensador francês, de que gosto muito: ‘o amor é um só, mas com milhões de formas diferentes’. Nós temos a nossa forma de fazer esse amor continuar na história, temos nossos contratempos e crises, mas eles nos fortalecem”, observa Marcos Afonso.
A aproximação profissional entre Araújo e Concita fez com que o amor surgisse para o casal. “São nove anos de história, parceria, cumplicidade, companheirismo e amor, muito amor”, revela Concita, que quando se casou pela segunda vez já tinha uma filha do primeiro casamento. “Araújo ganhou uma filha e ela, um pai maravilho”, elogia a esposa.
Doação, cuidado e admiração são os pilares da relação entre a servidora pública e o jornalista. Em dezembro do ano passado, Marcos Afonso pediu Patrycia em casamento. Em breve, devem oficializar a união de dez anos. “Resolvemos nos dar uma outra chance. Neste Dia dos Namorados sempre se deve pensar que podemos e devemos nos dar outra chance sim. Se não com uma outra pessoa, que seja para a nossa vida”, sugere Patrycia.
O funcionalismo público uniu Concita e Araújo, que se aproximaram em decorrência de suas vidas profissionais. Com Patrycia e Marcos e Afonso a história foi semelhante. Atualmente os enamorados são colegas de trabalho. E você, já encontrou o seu amor?
