Possibilitando a melhora na comunicação entre ouvintes e surdos, o Centro de Apoio ao Surdo (CAS) oferece, em Rio Branco, cursos que trabalham com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para a comunidade acreana.
Com 306 alunos, os cursos seguem até 15 de julho, tendo sido divididos em quatro turmas de Libras e duas turmas de intérpretes, distribuídos em espaços localizados no campus do Instituto Federal do Acre (Ifac) e nas escolas preparatórias Emerson e Vencedor.
Há 10 anos atuando no Estado, o centro tem como política educacional estimular a socialização e a inclusão da comunidade surda, trabalhando com capacitações e ações envolvendo as Salas de Recursos Multifuncionais, equipadas para atender diversos alunos com necessidades especiais. Atualmente, cerca de 190 alunos surdos cursam o ensino regular acreano, apoiados por 64 intérpretes distribuídos em 48 escolas.
Socorro Rodrigues, coordenadora do CAS, explica que parte do trabalho também é voltada para os exercícios familiares. “Muitas vezes, a própria família cria barreiras na comunicação, achando que o linguajar caseiro vai ser o bastante para um diálogo com a pessoa surda, e sabemos que, na prática, ambas as partes perdem com essa falta de entendimento”, disse.
E são justamente estas barreiras que as irmãs Maria da Glória Silva e Elieide Moura da Silva querem transpor. Estudantes do curso de Libras, elas esperam melhorar ainda mais a comunicação com o irmão mais novo, que possui surdez.
“Ele foi diagnosticado tardiamente, aos quatro anos de idade. Desde então, foi um processo de adaptação tanto para nós quanto para ele. E agora, com essa oferta, esperamos compreendê-lo mais e expandir nosso aprendizado dentro dessa linguagem, mostrando que é possível conviver com as diferenças”, enfatizou Maria da Glória.