Em 2015, os ribeirinhos no Acre passaram por momentos difíceis. A alagação histórica causou a perda da produção e danos estruturais estimados em R$ 30 milhões.
Mais de um ano depois, com o apoio do governo do Estado, eles começam a recuperar seus cultivos e equilibrar os prejuízos que tiveram.
Um bom exemplo vem da comunidade Nossa Senhora de Fátima, localizada no Projeto de Assentamento Moreno Maia, em Rio Branco.
A região, que fica às margens do Rio Acre, foi uma das mais atingidas pela enchente do ano passado. Os produtores perderam a maior parte da produção.
Um alento para a comunidade são os investimentos do governo do Acre, em parceria com o Banco Mundial, por meio do Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Acre (Proacre/Proser).
Cerca de 30 famílias da localidade foram beneficiadas com um Plano de Desenvolvimento Comunitário.
São investimentos na implantação de roçados sustentáveis, mecanização agrícola, construção e reforma de casas de farinha, aquisição de materiais para a criação de galinhas e ajuda no escoamento da produção.
O produtor Francisco Barbosa conta que perdeu quase tudo que tinha. “Minha roça, a plantação de bananas, e os animais que eu criava morreram.”
Ele fala como os investimentos do programa o ajudaram após a alagação. “Quando eu não tinha nada para vender, a ajuda veio de uma despolpadeira, que recebi do programa. Para poder colocar comida na mesa da minha família, consegui fazer polpa de açaí, cajá e cupuaçu e vender na feira”, afirma.
Escoamento da produção
Um dos “xodós” da comunidade, adquirido com recursos do Proacre/Proser, é um barco, entregue recentemente, com capacidade de transporte de cinco toneladas.
O equipamento é extremamente importante para fazer com que os produtores possam fugir do atravessador e comercializar os produtos diretamente com os consumidores.
O barco leva até Rio Branco, em uma viagem que dura entre três e seis horas, a produção da comunidade – farinha e frutas, com destaque, nesta época do ano, para a melancia.
“É uma ajuda muito importante. Para um produtor sozinho fica difícil ter 14 mil reais para gastar em um barco. Com esta doação, toda a comunidade tem condições de levar seus produtos para vender na cidade”, explica o agricultor Nivandro Galvão.
O gestor da Seaprof, Lourival Marques, destaca a importância da parceria para os produtores rurais. “Esta é a nossa maior satisfação: saber que esses recursos estão sendo bem aplicados e chegando às comunidades que mais precisam.”