Um caminhão da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) carregado com três toneladas de banana saiu de Tarauacá para Rio Branco na tarde de terça-feira, 26. O carregamento tem um diferencial que chama a atenção.
É que a produção vem da Terra Indígena da Praia do Carapanã, que fica às margens do Rio Tarauacá. Nesta época do ano, a viagem até o local dura 36 horas.
A aldeia é formada por 602 índios. Graças à parceria com o governo do Acre, a produção agrícola do local tem crescido a ponto de o excedente ser trazido para a capital e comercializado na Central de Abastecimento de Rio Branco, a Ceasa.
Por mês, a produção de bananas chega a 700 cachos, parte do que é destinado para consumo próprio, já que a fruta é uma das bases da alimentação da comunidade.
Segundo o cacique José Benedito Ferreira, a produção expressiva ajuda a combater alguns preconceitos sofridos pelos índios. “A gente ouve muito falar que índio é preguiçoso e que não gosta de trabalhar. Esse caminhão carregado de bananas mostra que não é assim. Se a gente tiver apoio, tem muito a produzir”, destaca.
O apoio vem da Seaprof de Tarauacá. O gerente do escritório no município, Narcélio Silva, afirma que não é a primeira vez que uma comunidade indígena tarauacaense exporta a produção agrícola para Rio Branco. “Aqui a gente tem um trabalho muito forte de apoio à produção indígena. Primeiro foi a Aldeia 27 e agora essa comunidade, que tá levando produtos para comercializar na Ceasa. Isso mostra que nossa assistência técnica tá chegando a todos os produtores de Tarauacá”, afirma.