Compreendendo a necessidade de qualificar os agricultores e extrativistas acreanos, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), promoveu na última semana, na Floresta Estadual do Antimary (FEA), o intercâmbio de manejo florestal madeireiro.
A capacitação compõe as atividades do Programa Lideranças da Floresta, que tem como foco a qualificação dos comunitários em manejo florestal madeireiro e não madeireiro, por meio de oficinas. O intercâmbio no Antimary reuniu 18 associações acreanas e mais de 20 produtores.
“A gente apoia as organizações através de convênios, a fim de consolidar as duas cadeias de manejo: madeireiro e não madeireiro. De modo que, identificamos a necessidade de realizamos capacitações para as organizações comunitárias, a fim de prepara-las para receber esses convênios e adquirir conhecimentos sobre as práticas de manejo”, explica o diretor de Floresta da Sema, Marky Brito.
Segundo os engenheiros florestais e facilitadores do Imaflora, Bruno Simionato e Victor Melo, o programa Lideranças da Floresta nasceu no Acre, da necessidade de se realizar capacitações voltadas aos extrativistas e produtores. A ideia do instituto é replicar a ideia em outros estados brasileiros.
Para o jovem extrativista de Xapuri Marenildo Moura, 20 anos, a experiência propicia novos conhecimentos. “Eu já tinha uma ideia sobre, agora estou consolidando meus conhecimentos, esclarecendo dúvidas e aprendendo coisas novas”, destacou.
Floresta do Antimary
A Floresta Estadual do Antimary, escolhida para a promoção do intercâmbio, foi à primeira do país a receber o certificado internacional FSC (Conselho de Manejo Florestal) e realizar exploração de manejo, via concessão florestal. A atividade madeireira, promovida no local desde 2009, já gerou R$ 4 milhões aos comunitários da região.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, o manejo no Antimary tem garantido a preservação da floresta e gerando renda às famílias. “A safra do ano passado rendeu 22 mil metros cúbicos de madeira legalizada e manejada, que beneficiaram os comunitários. Já estamos traçando o cronograma de exploração sustentável deste ano, pois entendemos a importância dessa atividade socioeconômica para a região.”
A FEA agreaga 45 mil hectares de floresta que beneficiam, atualmente, 40 famílias, com média anual de R$ 12 mil que, somadas a renda do extrativismo de castanha, chega até R$ 20 mil.