Rua Padre Paulino, do conjunto Rui Lino, número 263. Esse é o endereço do Centro de Artesanato que abriga um dos empreendimentos mais bem sucedidos no ramo em Rio Branco. Em tempos de descobertas tecnológicas, uma ideia inovadora conquista a cada dia o mercado local e já se expande para o nacional: a confecção de brinquedos sustentáveis.
Com o reaproveitamento de madeira, dez famílias estão engajadas na produção de carros, caminhões, bicicletas, aviões e outros objetos. A começar pelo design criado pelo idealizador do projeto, Ricardo Silva, cada produto é feito minuciosamente pelos artesãos.
Silva é mestre de obras e nas horas vagas comanda a produção. Assim como ele, a maioria dos homens e mulheres que trabalha no local tem no empreendimento uma complementação da renda, o que comprova a viabilidade do negócio. “Nem todos os artesãos trabalham aqui o dia todo, e, mesmo assim, conseguem fazer até mais de um salário mínimo por mês”, conta.
Em média, 800 peças são produzidas mensalmente. Desse total, cerca de 400 saem para atender lojas de São Paulo (SP). Com o apoio do governo do Estado, prefeitura de Rio Branco e Sebrae, os produtos são comercializados nas feiras de economia solidária, Livraria Paim, Casa do Artesão, Expoacre e loja de artesanato do Via Verde Shopping.
A artesã Geânia Portela fala o porquê de tanto capricho na hora da produção. “Quando a gente está criando as peças, o que mais eu penso é em como uma criança vai ficar feliz com aquele brinquedo ou em como um adulto vai gostar de ter um objeto decorativo em casa. Por isso, é algo prazeroso”, explica.
Empreendedorismo
A confecção dos brinquedos com material reaproveitado surgiu da visão empreendedora de Silva, que buscou parceria para a realização de curso para os que demonstravam interesse no negócio.
Em funcionamento há quase um ano, o empreendimento procura ir pela contramão da crise. Como? O artesão revela: “Antes um carro que custava R$ 15 hoje custa R$ 7, o que era R$ 50 hoje é R$ 30, e assim por diante. Com isso, não ficamos com a produção retida – pelo contrário, as vendas aumentaram e quase não damos conta das encomendas. A crise é a oportunidade para ser criativo”.