“Peço respeito, direito de ir e vir, direito de ser feliz sem medo.” As palavras de Antonela Albuquerque, 37 anos, travesti, ecoam no cenário de violência em que vive o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) do Acre.
Antonela foi vítima de agressão física e psicológica, há poucos meses, ao ser arrastada para fora em uma casa noturna de Rio Branco. Na conferência, ela protesta por todos que sofreram e sofrem diariamente com a discriminação.
“Hoje, vim de vermelho e preto: o vermelho representa o sangue das minhas companheiras assassinadas e o preto, o luto. A ‘transfobia’ é muito forte no nosso país. Diariamente, travestis são assassinadas, espancadas sem motivo, apenas por serem o que somos: seres humanos”, relatou.
É por histórias como essa que a III Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGTB tem por tema “Por um Brasil que Criminalize a Violência contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais”.
Segundo o presidente do Fórum de Homossexuais do Acre, Germano Marino, o Brasil é o país que mais registra morte de homossexuais LGBTs, principalmente de travestis e transexuais. “Precisamos de um projeto de lei que criminalize, no Código Penal, as ações de violência por homofobia e discriminação para essa parcela da sociedade que sofre estigma e preconceito”, disse.
As propostas da III Conferência Estadual LGBT serão apresentadas na Conferência Nacional, no próximo mês, em Brasília. O Acre poderá eleger 18 delegados, 70% representando a sociedade civil e 30%, o poder público.
Para o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão, a conferência é o espaço democrático que dá voz a essas pessoas que sofrem com o preconceito e a violência. “O Brasil precisa avançar em políticas públicas para as minorias, particularmente para esse segmento. Eles não podem ser discriminados, violentados, assassinados por causa da sua orientação sexual. Todos precisam de igualdade de oportunidade”, concluiu.