A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituíram o 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta conta a Aids.
Neste dia e no decorrer do mês, o mundo inteiro intensifica as discussões sobre o vírus e a doença. É exatamente isso que você está lendo. São coisas diferentes. Ser portador do HIV não significa, necessariamente, ter Aids.
Nelson Guedes, gerente da Divisão de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids da Sesacre, deixa mais fácil o entendimento dessa diferença. “Ter HIV significa que o indivíduo é portador do vírus. Já Aids é quando a pessoa manifesta sintomas decorrentes da presença desse vírus em seu organismo. Ou seja, é possível ser infectado pelo vírus e não manifestar a doença”, explica.
Aliás, isso hoje em dia é muito comum e apontado pelos especialistas como um dos principais motivos para o aumento dos casos de pessoas portadores de HIV no Acre.
Com o avanço dos remédios, os chamados coquetéis, é comum que as pessoas vivam com o HIV durante muitos anos sem apresentar nenhum sintoma. “Isso é muito bom, lógico. Afinal, estamos falando de qualidade de vida. Diferentemente de décadas atrás, quando a pessoa, ao descobrir que tinha o HIV, era como receber seu atestado de óbito. Em compensação, como morre menos gente, as pessoas estão se prevenindo menos, deixando de usar o preservativo, o único método eficaz de evitar o contágio durante uma relação sexual”, afirma Guedes.
Os números comprovam a afirmação do profissional da Sesacre. Os casos de HIV cresceram no estado 25% entre 2016 e 2017, saltando de 128 para 160 registros. Este ano, até o início de outubro, já haviam sido notificados 131 novos casos.
O primeiro registro de Aids no Acre é de 1987, quando foram oficialmente comprovados os primeiros casos no estado. Nesses 31 anos, já foram registrados 1.055 casos da doença. O número de mortes no Acre soma 56 desde 2014, sendo seis já em 2018.
“O que queremos intensificar neste mês, apesar de que fazemos isso o ano todo, é mostrar para as pessoas que o HIV continua infectando e a Aids, matando no Acre. Os números cresceram entre os jovens, e a nossa preocupação é que percebemos que a população está se cuidando menos. Podemos afirmar, sem dúvida alguma, que conscientizar as pessoas sobre a importância do sexo seguro ainda é o nosso maior desafio”, esclarece Guedes.