Os meses do verão amazônico são os preferidos para uma das brincadeiras mais comuns entre crianças e adultos: empinar pipa. A atividade é absolutamente saudável, mas requer algumas precauções.
Nos últimos dias, as unidades de pronto atendimento (Upas) e o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) receberam muitos pacientes que se envolveram em acidentes graves com linha e cerol.
A mistura, feita com vidro em pó e cola, é bastante utilizada entre os praticantes da atividade e pode ser fatal. Os ciclistas, motociclistas e pedestres são as principais vítimas da linha, que envolta no cerol se transforma em uma verdadeira arma.
“O uso de linha com cortante é proibido, assim como a prática da brincadeira próxima aos fios de alta tensão. Em um levantamento prévio, constatamos que 25% das pessoas que se envolvem em acidentes com esse tipo de material morrem”, relata o major Cláudio Falcão, do Corpo de Bombeiros do Acre.
Prevenção
Como medida de segurança, o Corpo de Bombeiros orienta os ciclistas e motociclistas a usarem as antenas apropriadas no guidão dos veículos. Além disso, os capacetes devem estar bem afivelados e com as viseiras devidamente fechadas.
As lojas especializadas já disponibilizam as pescoceiras. O acessório evita o contato da linha de pipa com uma das partes mais vulneráveis do corpo humano.
“Jaquetas, luvas e calças em tecido mais grosso também devem ser utilizadas para proteção individual, mesmo que o clima na região não seja tão favorável”, orienta Falcão.
Punições
Os pais e responsáveis têm papel fundamental na conscientização de quem empina pipa. Os adultos devem proibir que crianças utilizem linha com cerol, sob pena de serem responsabilizados pelos possíveis acidentes.
“Os pais podem responder criminalmente pelos acidentes. Por lei, lojas que vendem pipas são proibidas de comercializar o vidro em pó ou qualquer outro material que possa causar danos graves à saúde da população”, lembrou o major.