O governo federal, por intermédio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, reconheceu situação de emergência devido às graves consequências do atual período de estiagem nas cidades acreanas de Brasileia, Porto Acre e Rio Branco.
Com o decreto, a ser publicado nos próximos dias no Diário Oficial da União, o Acre receberá apoio direto de órgãos federais para o complemento das intervenções descritas no decreto assinado pelo governador Tião Viana no dia 25 de agosto, seguindo as solicitações da Defesa Civil Estadual e demais órgãos ambientais e de abastecimento.
A medida governamental levou em consideração a escassez de chuvas, registrada em sua maior parte nos meses de agosto, setembro e outubro, quando o estado vive o segundo período mais seco de sua série histórica.
“A aceitação dos estudos apresentados pelas entidades estaduais nos permitirá uma parceria e divisão de responsabilidades com a esfera federal, principalmente nas demandas de logística, gerando mais agilidade na aquisição de equipamentos e contratação de serviços”, destaca o coordenador da Defesa Civil do Acre, Carlos Batista.
A distribuição de água tratada é um dos pontos principais contidos na decretação de emergência que se estende aos perímetros urbano e rural desses municípios, numa média quantitativa de 418 mil habitantes.
O Rio Acre, afluente responsável pelo abastecimento de Brasileia e Rio Branco, está com as cotas de 1,22 metro e 1,95 metro, respectivamente, nesta quarta-feira, 4. O Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) segue no monitoramento e na execução de intervenções que assegurem o fluxo de distribuição de água para os moradores dessa região.
“Esta nova etapa nos dará uma garantia para atuar de modo incisivo nos serviços que garantam o abastecimento de localidades próximas à capital e outras situadas nas demais cidades, principalmente na zonal rural, onde os poços domiciliares estão secando”, relata o diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães.
Seca no Bujari
O reservatório de Bujari, distante 25 quilômetros da capital, apresentou no fim de setembro uma redução drástica no seu volume de água. Uma situação atípica para este período do ano, em que as chuvas começam a se intensificar.
No entanto, a quantidade de chuvas previstas para o último mês foi 20% menor, fato que dificultou a recuperação do açude da Estação de Tratamento de Água, que atualmente está com uma lamina de 30 centímetros no seu ponto mais profundo – a capacidade média está entre 4 e 5 metros.
Como forma de evitar o desabastecimento no município, o governo do Acre enviou o auxilio de oito caminhões-pipa para atender a demanda local.
“O reconhecimento de situação de emergência nas demais cidades vai proporcionar um maior apoio à situação crítica do Bujari. A Defesa Civil Estadual está empenhada no sentido de consolidar esse apoio o mais breve possível. Enquanto isso, o governador Tião Viana articula todos os modos possíveis para o melhor atendimento da população”, disse Magalhães.