Até o último dia 1º de dezembro, o Acre já registrou mais de 3,7 mil casos confirmados de dengue. O crescimento da doença está relacionado à chegada do período chuvoso, conhecido na região como inverno amazônico.
Com as abundantes chuvas e o descuido da população, o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, encontra as condições perfeitas para se procriar. Vasos de plantas, copos descartáveis ou qualquer recipiente que acumule água são um prato cheio para a proliferação do mosquito.
Com isso, a doença se espalha. E em 2018, os números não são nada animadores. Se compararmos com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 127%. Os municípios que registram mais casos de dengue são Cruzeiro do Sul (1.910), Rio Branco (846) e Feijó (821).
Além dos 3.759 casos confirmados, existem outros 1,2 mil em investigação, o que pode resultar em um número ainda maior.
“Preocupa muito porque esse é o tipo de doença que as prefeituras, mesmo tendo nosso apoio, não vão conseguir vencer se a população não fizer sua parte. Cada um precisa ser responsável pelo seu quintal, pela sua residência, e não permitir o acúmulo de água que faça com que o mosquito se prolifere. Se as pessoas não atenderem esse apelo, mais gente vai continuar adoecendo”, afirma Marília Carvalho, gerente do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Controle de Endemias da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).
O caso mais curioso em relação à dengue vem de Feijó. O município não registrou nenhum caso da doença em 2017. No entanto, este ano já são mais de 800 confirmados. “Pode parecer estranho, mas como é uma doença nova e grande parte da população nunca tinha tido essa doença, quando temos uma grande quantidade vetorial de contaminação a tendência é de que uma grande parte da população se contamine”, explica Marília.
O governo do Estado, por meio da Sesacre, continua prestando apoio aos municípios. Nesta segunda-feira, 10, uma equipe da secretaria esteve com a prefeitura de Sena Madureira, discutindo estratégias para o enfrentamento à doença.
“Estivemos em Feijó, onde o número de notificações já diminuiu, e agora estamos aqui em Sena Madureira. Os municípios estão fazendo sua parte, com programações, visitas a domicílio, mas ressalto que é importante a população fazer sua parte e entrar nessa guerra contra o Aedes”, finaliza Marília.
É importante ressaltar que o mosquito causador da dengue também é responsável pela chikungunya e zika.