O atual nível do Rio Acre é o segundo mais baixo da série história para o período de estiagem, de acordo com os dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC).
Nesta quinta-feira, 14, o manancial registrou na capital 1,64 metro e as seguintes marcas em algumas cidades do interior do Estado, situadas em suas margens: Brasileia (1,34 metro), Xapuri (1,98) e Capixaba (1,66).
Com esse cenário, captar água para tratamento torna-se algo complexo, devido à redução do volume do rio e às adversidades provocadas nos maquinários.
No intuito de garantir o abastecimento contínuo e regular de água potável em todo o estado, o governo do Acre, por meio do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), monitora o sistema de captação de água dos municípios.
A autarquia segue os procedimentos e intervenções descritas no plano de contingência, apresentado no mês passado, para a atuação em situações emergenciais.
“Setembro é o período mais critico da estiagem, por isso estamos em alerta, num trabalho conjunto com os órgãos ambientais, que repassam informações sobre o rio para que nossas equipes técnicas possam atuar de forma preventiva a qualquer alteração no fluxo de captação”, relata o superintendente do Depasa em Rio Branco, Miguel Félix.
Nas duas Estações de Tratamento (ETAs) da capital funcionam com operações mistas, ou seja, utilizam 7 bombas de captação, uma na torre demais e em balsas flutuantes, numa média de 1,500 litros por segundos para mais de 53 mil ligações ativas.
“Além das dificuldades especificas deste período, as constantes oscilações do sistema elétrico causam sérias dificuldades na dinâmica do processo de distribuição de água, fora algumas quebras de adutoras. Porém, estamos atentos aos problemas e efetuando os devidos reparos”, informa Félix.
O monitoramento das redes das cidades do interior do estado é constante, principalmente nos municípios de Acrelândia, Porto Acre, Bujari, Epitaciolândia, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Jordão, que captam água de açudes e outros mananciais.
“Foram feitos ajustes para reforçar a pressão na rede bombeamento da ETAs destas cidades. Até o momento, nenhuma grande intermitência do abastecimento ou racionamento foi aplicada nestas regiões”, relata o diretor de abastecimento das cidades do interior, David Bussons.
Outras intervenções compõem a atuação da autarquia como exemplo, as obras estruturais nos reservatórios de Acrelândia e Porto Acre, que já estão sendo realizadas.
“Ambos os municípios apresentaram uma grave seca em 2016, como forma de garantir a segurança do fluxo de abastecimento, estamos aprofundando o leito dos reservatórios para acumular mais água, além da implementação de novas adutoras”, destaca Bussons.
Ações educativas e de mobilização social como a campanha “Nós contra o desperdício”estão desenvolvidas pela autarquia em prol do uso racial da água.
Situação de Emergência
No final de agosto, o governador Tião Viana decretou Situação de Emergência no Acre por Estiagem na última semana. A publicação consta na edição do Diário Oficial do Estado do Acre (DOE) e atende as recomendações da Defesa Civil Estadual, que leva em consideração a escassez de chuvas, registrada em sua maior parte nos meses de agosto, setembro e outubro.
O documento se estende aos perímetros urbano e rural de Brasileia, Porto Acre e Rio Branco, perfazendo um total superior a 418 mil habitantes. Nestas regiões, uma das problemáticas mais grave é baixo nível dos poços domiciliares, decorrente deste período de seca.