Quase cem vagas de emprego estão sendo oferecidas no Dia de Inclusão da Pessoa com Deficiência e Reabilitados do INSS, ou simplesmente “Dia D”. Durante toda esta sexta-feira, 25, 12 empresas estão reunidas no Horto Florestal de Rio Branco ofertando as vagas inclusivas. O evento é uma realização do governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), junto ao Sistema Nacional do Emprego (Sine) e o Ministério do Trabalho.
Criada em 1991 e regulamentada por decreto em 1999, a lei 8.213 é um marco divisor no esforço de inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ao tornar obrigatória, para empresas com mais de cem funcionários, a reserva de 2% a 5% das vagas para indivíduos antes marginalizados nos processos de recrutamento e seleção, a lei contribuiu para acelerar o processo de inclusão social e provocou empresas e organizações de terceiro setor a se especializarem na capacitação profissional e na colocação desse público.
Como muitas empresas no Acre ainda não conseguem preencher as vagas exigidas, o evento ajuda na divulgação dos postos de trabalho e viabilização dessas pessoas no mercado de trabalho. “Hoje é um dia especial, de inclusão. São pessoas que estão aqui dizendo ‘eu posso, eu quero’ e juntos vamos trocar ideias e interagir. O Estado está fazendo seu papel, ofertando e apresentando os direitos das pessoas com deficiência”, disse o titular da Sedens, Fernando Lima.
Além da oferta de empregos, o Dia D oferece serviços de emissão de carteira de trabalho, cadastro do Sine, mostra do grupo “Arte de ser”, cortes de cabelo pelo Senac, pré-cadastro para cursos profissionalizantes do Senai e testes rápidos de doenças virais.
Quebrando mitos
Muitos portadores de deficiência compareceram ao evento, como Jaqueson da Silva, 29, que possui baixa visão. Dinâmico, relatou que não gosta de se sentir parado. Fez três cursos profissionalizantes, inclusive um de produção industrial, e hoje dá aulas de libras. “Nós somos capazes de vencer, de nos superar. E isso me ajuda muito, porque a vida é uma constante aprendizagem, melhora até minha autoestima”, conta.
O promotor de justiça Rogério Munhoz também fez questão de desfazer o mito de que pessoas com deficiência não procuram emprego por medo de perderem o benefício assegurado pelo INSS. Segundo ele, hoje a burocracia para pensão por deficiência foi bastante reduzida. Enquanto estiver empregado, o deficiente terá o benefício cortado sim, mas se ele perder o emprego, seu retorno é garantido quase imediatamente.
A assistente social da rede Araújo de supermercados, Eliane Silva, conta que o preenchimento das vagas destinadas para pessoas com deficiência não é fácil. “Temos 95 vagas disponíveis e apenas 62 preenchidas. Queremos contratar aqui pelo menos mais 32 pessoas”.