Nesta terça-feira, 25, celebra-se o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela.
Para celebrar a data a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) promoveu uma palestra sobre o feminismo negro, no auditório da Prefeitura de Rio Branco.
A ação faz parte das atividades da 5ª Quinzena da Mulher Negra, promovida pelo governo do Estado, em parceria com a prefeitura de Rio Branco e tem entre os parceiros o Instituto Federal do Acre (Ifac), Pastoral do Negro, entre outras entidades ligadas à defesa dos direitos das pessoas negras.
A vice-governadora, Nazareth Araújo, que participou da palestra destacou a necessidade de se lutar contra o preconceito contra a população negra.
“Se pessoas pobres sofrem, mulheres pobres e negras sofrem mais ainda. É um aspecto cultural que ainda existe e que precisa ser discutido, trabalhado e combatido”, frisou.
Nazareth Araújo chamou atenção para o fato de que 68% da população das penitenciárias femininas no país são de mulheres negras, contra 31% de mulheres brancas e 1% de indígenas. Os dados apontam que 49% da população penitenciária feminina do país têm menos de 29 anos e 50% possui apenas o ensino fundamental incompleto.
“Esse é o momento para lembrar que as mulheres negras também possuem identidade feminina e diversas experiências de vida. É garantir que a luta delas promova melhorias de qualidade de vida e melhores direitos”, disse Nazareth Araújo.
Luta e resistência
O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi instituída pela Lei nº 12.987/2014, inspirada no Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, criado, em julho de 1992, como um marco internacional da luta e resistência da mulher negra no mundo. Essa data também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola que viveu no atual Estado de Mato Grosso durante o século XVIII.
A delegada e ex-secretária de Igualdade Racial de Rio Branco, Lúcia Ribeiro, palestrou sobre a Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024). Ele lembrou que a população negra é maioria no país, que corresponde 53% da população brasileira, 72% da população do Acre e 72% da de Rio Branco. “Celebrar o Dia da Mulher Negra é dar visibilidade a essas mulheres. É chamar atenção para nossas causas, como educação, saúde e emprego. Temos que chamar atenção da necessidade de as mulheres negras serem incluídas nas políticas públicas”, alertou.
“A proposta da quinzena é intensificar o debate sobre o enfrentamento ao racismo, sobre a vulnerabilidade socioeconômica da mulher negra e os demais temas que são empecilho à igualdade racial”, explica a chefe do Departamento de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Almerinda Cunha.