Desde que surgiram os primeiros casos de Covid-19 no estado do Acre, o governo tem tomado diversas medidas para evitar a disseminação da doença. Uma dessas ações foi a suspensão das visitas em todos os centros socioeducativos. Com isso, os socioeducandos ficaram sem o contato com os familiares, restando apenas o convívio com os colegas das unidades.
Desta forma, o Plano de Contingência do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE/AC) estabeleceu a continuidade das ligações telefônicas sob supervisão das equipes técnicas a todos os adolescentes para seus respectivos familiares. O objetivo é manter os laços afetivos, bem como diminuir o estresse motivado pela preocupação com as famílias, mediante o aumento de casos de Covid-19.
De acordo com a psicóloga Manuella Andresen, a visita é primordial, pois é o único acesso que os adolescentes têm ao mundo externo aos muros. É o que de alguma maneira faz com que eles tenham o contato com a realidade e com o que acontece no contexto familiar, social e comunitário.
“A ligação é um período restrito de 5 a 10 minutos e todos estão fazendo para que não percam esse vínculo e para que se tranquilizem em relação as notícias da família, além de saber se todo mundo está bem”, afirmou a psicóloga que também é chefe do Departamento de Ações Socioeducativas.
Arthur Reis é diretor do Centro Socioeducativo Alto Acre, em Brasileia. Ele explicou que a equipe técnica faz as ligações semanalmente para que os adolescentes possam conversar com os pais. “Os 19 socioeducandos que cumprem medidas na unidade têm essa oportunidade, quando eles falam com os familiares, explicam que está tudo bem e assim nós temos conseguido minimizar os danos da quarentena na vida desses adolescentes”, disse.