Uma reunião ampliada, realizada na tarde desta terça-feira, 27, na sala de reuniões da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE), alinhou uma parceria para a formação de professores indígenas no Estado do Acre. Recentemente, a SEE finalizou um processo seletivo para a contratação de 392 professores que, quando contratados, atuarão por um período de quatro anos.
Participaram do encontro o secretário de Educação, Mauro Sérgio Cruz; a diretora de Ensino da SEE, Denise dos Santos; o chefe do Departamento de Educação Indígena da SEE, Nilo Barreto Júnior, a pró-reitora de Graduação da Ufac, Ednaceli Damasceno; os professores Gilberto Dalmolin e Jacó Picolli, além de representantes de quatro etnias indígenas.
Dos professores indígenas que serão contratados pela SEE, 215 deles têm apenas o ensino médio. De modo que o encontro serviu para que as instituições pudessem debater formas de promover a educação e a formação desses profissionais, inclusive qualificando-os para a docência e o ensino em suas aldeias.
O secretário Mauro Sérgio Cruz apresentou o novo modelo de escolas indígenas, cujo projeto foi aprovado pelo Ministério da Educação, e as primeiras unidades deverão ser erguidas já a partir do ano que vem. “Nossa intenção é que a primeira delas possa ser construída nas aldeias do alto rio Envira”, informou.
“Precisamos chegar a quem está no fim da fila e, nesse sentido, precisamos promover a educação indígena para os povos que mais necessitam. Por isso, fomos pessoalmente conhecer a realidade das comunidades e das escolas”, afirmou o secretário.
Ele também destacou a importância da realização do processo seletivo que acaba com a instabilidade do trabalho do professor nas aldeias. “Queríamos um contrato efetivo, que ainda não foi possível, mas foi realizado um processo seletivo de dois anos, prorrogável por mais dois, a fim de que possamos acabar com a rotatividade de professores, que é ruim para a educação”, disse.
Por sua vez, a professora Ednaceli Damasceno colocou a Ufac à disposição para que o projeto de qualificar os professores indígenas possa dar certo. Ela chegou a acrescentar que a SEE é uma parceria importante, sem a qual a Ufac não consegue levar políticas educacionais importantes ao interior.
“A Ufac sozinha não consegue implementar políticas educacionais que cheguem à comunidades mais distantes e, como a educação pública é um legado, pois militamos pela qualidade da educação, essa parceria é fundamental e estamos abertos ao diálogo”, destacou a professora.
A reunião desta terça-feira é, na verdade, a continuidade de uma primeira, realizada no dia 19 de fevereiro, mas devido à pandemia que se iniciou no mês de março, os debates em torno da parceria foram interrompidos e as discussões para efetivar uma política de qualificação de professores retomadas neste momento.