Três horas de barco. É o tempo que os mais de cem alunos da Santa Fé, em Porto Acre, levam para chegar à escola, localizada às margens do rio. E devido à pandemia, eles não conseguem chegar ao local para pegar o material impresso fornecido pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE).
Por isso, por meio do núcleo da SEE em Porto Acre, a Educação realizou uma importante ação, possibilitando a chegada dos professores à escola para que os alunos possam ter, além do material impresso, também aulas de reforço do ensino. Como a maioria deles mora ao longo do ramal da Pousada Bom Destino, as aulas foram ministradas na própria comunidade.
O atendimento presencial foi realizado para 16 alunos do fundamental II e do ensino médio pelos professores Márcio Almeida, de matemática, e Maria José Barbosa. “Esse atendimento foi fundamental porque os alunos estão sem transporte, sem ter como chegar até a escola”, explica a coordenadora do Núcleo, professora Franciele Souza.
Dona Leila Batista Bispo mora na comunidade do seringal Glória há 16 anos e tem dois netos estudando na Escola Santa Fé. Ela conta que agora está satisfeita com o atendimento realizado pelos professores. “Tem material impresso e os professores vindo pelo menos uma vez por mês está muito bom”, fez questão de dizer.
O neto da dona Leila é o Gabriel Vitor de Souza Aguiar. Estudante do oitavo ano do ensino fundamental II, ele assistiu atentamente à aula de matemática do professor Márcio Almeida. “Foi uma boa aula, deu para aprender bastante e tirar todas as dúvidas”, disse ele.
Quem também parabenizou as aulas de reforço foi a dona Maria Helenice Silva dos Santos, que reside há 17 anos no seringal Floresta. “Eu já peguei a apostila, mas tendo aula é muito bom porque dá para aprender mais”, afirmou ela que também tem um filho no oitavo ano.
O professor Márcio Almeida destacou a importância do reforço presencial em tempos de pandemia. “Foi uma aula muito produtiva, facilitou muito e conseguimos tirar as dúvidas dos alunos e isso só foi possível graças ao Núcleo da SEE, porque se o aluno não consegue chegar até a escola, a escola chega até aos alunos”, afirmou.