Um exemplo de como a reforma agrária é importante para dar oportunidade a quem sonha ter um pedaço de terra e produzir vem do recém-criado Projeto de Assentamento Walter Arce, localizado na Estrada do Mutum, em Rio Branco.
Na tarde dessa terça-feira, 5, Paulo Sérgio Braña, coordenador do núcleo operacional Rio Branco da Emater, que é a responsável pela assistência técnica no assentamento, esteve acompanhando a colheita da primeira produção das novas famílias assentadas pelo Incra.
Na propriedade do casal Djalma Pereira e Carmina Jardim, um exemplo de como a força de vontade e o apoio técnico são capazes de render, literalmente, bons frutos. Os dois estão assentados no local há apenas 65 dias. Mesmo assim, já estão comemorando a colheita da primeira produção.
Desde que foram assentados, o casal pensou em um plantio de uma cultura rápida e que tivesse garantia do retorno financeiro. Decidiram pelo cultivo da melancia. Fizeram todo o preparo da terra, com a orientação técnica da Emater, e plantaram 2,5 mil pés da fruta, em menos de um hectare.
O resultado foi surpreendente. Em dois meses, os produtores já colheram mil melancias e devem colher mais mil, nos próximos dias. O tamanho, sabor e beleza das frutas impressionam. Cada melancia pesa, em média, 17 quilos.
Carmina Jardim, que sempre tirou da terra o seu sustento, emociona-se e agradece pela oportunidade de produzir. “O que nós fizemos aqui é incrível. Chegamos, e só tinha mato. Pensei que não ia conseguir. A felicidade é muito grande, porque estamos produzindo no que é nosso. Essa é a melhor produção que já tivemos”, afirmou.
Comercialização garantida e aumento da produção
Toda a produção de melancias já tem comercialização garantida. Uma rede de supermercados da capital acreana adquire as frutas, o que garante renda com a venda do que foi plantado em menos de um hectare. Por isso, a intenção é triplicar o tamanho da área do plantio de melancia.
O produtor Djalma Pereira explicou o sentimento de colher os primeiros produtos em sua propriedade. “Tem dias que eu nem acredito que estamos aqui nessa terra trabalhando, tendo a Emater do nosso lado. É um negócio forte que a gente sente. A melhor forma de agradecer é trabalhando e produzindo”, disse.
Paulo Sérgio Braña, da Emater, disse estar orgulhoso do trabalho dos produtores. “É isso que a gente espera das pessoas que recebem um lote de terra. Esse exemplo nos orgulha e nos motiva a trabalhar ainda mais forte na assistência técnica a essas famílias”, ressaltou.