Governador deixou claro que sua gestão não defende o desmatamento, mas exortou empresas a investirem com responsabilidade ambiental para que o estado deixe de depender do contracheque público
O governador Gladson Cameli abriu o tema ‘Compromisso para o Desenvolvimento de Baixo Carbono’, como parte do painel Amazon-Madrid, na COP 25, afirmando que seu governo tem defendido o agronegócio sustentável com emissões de baixo carbono, mas sem omitir o que é fato: a necessidade de geração de emprego e renda para a sua população.
Cameli participa da Conferência do Clima da ONU como membro do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, composto por seis estados amazônicos e o Maranhão e o Mato Grosso.
Nesta terça-feira, 10, ele afirmou que a sua política de governança não passará nunca pelo vocabulário do desmatamento, mas que é preciso contemplar as comunidades, sobretudo do interior do estado, com ações que levem emprego e renda.
“Eu tenho defendido o agronegócio sustentável com emissões de baixo carbono, porque sabemos qual é a verdadeira política. A verdadeira política não está no vocabulário do desmatamento. Isso é fato. E eu não quero, de forma alguma, ir na contramão. Agora, eu preciso deixar claro que é preciso aquecer a nossa economia. Que eu preciso gerar emprego. Que eu não posso aceitar que no meu estado a maior economia seja a do contracheque do serviço público”, afirmou o governador do Acre para uma plateia de ativistas ambientais, legisladores, chefes de executivos e representantes de instituições governamentais e não-governamentais.
O Governo do Estado do Acre é um dos principais protagonistas do painel Amazon-Madrid, na sala de convenções do Novotel Madrid Center.
De acordo com o governador, foram 20 anos de governo passado tratando de questões ambientais, mas há onze meses que ele está à frente do executivo acreano, observou que é preciso aumentar as políticas de preservação.
“Quando falamos de produção agrícola, tratamos com muita responsabilidade e quando falamos que temos mais de 20 milhões de pessoas na nossa região amazônica, falo também de pessoas que querem uma oportunidade de trabalho. O meu povo não é a favor do desmatamento. Mas, por que não perguntam às grandes empresas o motivo pelo qual não investem na região Norte, para que possamos gerar emprego?”, questionou o governador.
Gladson Cameli enalteceu as belezas naturais do interior do Acre como potencial para novos investimentos e que seu governo tem feito o dever de casa, alinhando as contas e promovendo o equilíbrio fiscal, para que o estado possa oferecer o ambiente ideal para atrair o capital privado.
“Uma produção agrícola eficiente, com tecnologias associadas a práticas inovadoras. Um ambiente de negócios estruturado e seguro para novos investimentos e um mercado local competitivo com um tratamento do serviço público eficaz é o que queremos e estamos trabalhando para isso”, destacou Cameli.
Ao final, ele reafirmou o seu compromisso de honrar e preservar o que for acordado na COP 25, apoiando as políticas de sustentabilidade defendidas no encontro.
Fortalecimento de cadeias produtivas permeou o segundo tema
O tema seguinte foi “Parcerias para o Desenvolvimento de Negócios de Baixas Emissões e o Equilíbrio Climático”, onde o governador do Acre destacou as parcerias feitas com instituições como o Programa Redd, cujo objetivo é a redução global dos efeitos das mudanças climáticas, e com o banco de impulsionamento alemão KfW.
Cameli citou ainda as ações de melhoramento e de recuperação de pastagem, fortalecendo importantes cadeias produtivas por meio do Programa de Florestas Plantadas, além do suporte às operações de fiscalização coordenadas pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre, o Imac, pelo Batalhão de Policiamento Ambiental e pelo Centro Integrado de Operações Aéreas.
Essas instituições monitoram o desmatamento, as queimadas e os incêndios florestais com base nas informações do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre.
Participaram também do painel Amazon-Madrid, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Israel Milani e o presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre, André Hassem.