Durante quatro dias, entre os dias 2 e 5 de fevereiro, especialistas e gestores de mais de seis países se encontram numa plataforma virtual para discutir a gestão em áreas naturais protegidas. A organização da 5ª edição do Encontro de Gestores de Áreas Naturais Protegidas do Acre proporcionou um caráter internacional ao evento ao realizar também o 1º Encontro Internacional de Gestores de Áreas Protegidas.
A iniciativa conjunta foi liderada pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Projeto “Integração de Áreas Protegidas do Bioma Amazónico (IAPA), e contou com o apoio do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (Amazon Sustainable Landscapes – ASL). As imagens dos quatro dias podem ser acessadas no canal da SEMA AC no Youtube (confira os links no final do texto).
Representantes da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) , do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas (Sernap) do Peru e Bolívia também participaram do evento.
O fortalecimento das relações entre gestores de áreas naturais protegidas da Amazônia na denominada região MAP, que envolve iniciativas conjuntas do Brasil, Peru e Bolívia, foi evidente durante os quatro dias de debate.
Para a diretora executiva da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Vera Reis Brown, que coordenou a organização do evento, foi um diferencial reunir especialistas atualizados e focados nas últimas informações técnicas e científicas dos três países. “Falamos sobre a necessidade de mudança de foco em termos de gestão de áreas naturais protegidas. O que ficou evidente, durante as discussões, é que é necessário manter os serviços ecossistêmicos e conservar os ecossistemas em harmonia com o desenvolvimento social, econômico e cultural”.
Um dos participantes foi o pesquisador Cláudio Maretti, pós-doutorando em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), com pesquisa em Conservação Colaborativa. Ele tem cerca de 40 anos de experiência e participou do processo de aproximação entre os nove países amazônicos, que iniciou há 15 anos. Segundo Maretti “é fundamental ter a possibilidade de promover o intercâmbio de ideias e também de informações concretas que permitam a colaboração para as atividades de gestão de áreas protegidas na fronteira entre Peru, Bolívia e Brasil”.
Para Maretti, as áreas protegidas devem ter eficácia de conservação, mas a gestão deve estar voltada também “à equidade, à redução das desigualdades, ao benefício dos povos e comunidades tradicionais, das sociedades locais, com possibilidades de desenvolvimento do turismo e de pesquisa”.
O coordenador regional do projeto Integração de Áreas Protegidas da Amazônia (IAPA), Jose Antonio Gómez foi um dos organizadores do encontro e avaliou como extremamente positiva a iniciativa. “Nós tivemos a oportunidade de fortalecer as relações já existentes e na próxima edição pretendemos ampliar o alcance do público, incluindo também as comunidades tradicionais no processo de discussão”.
Gestores de vários países, entre eles México, Argentina, Portugal, Alemanha, Bolívia, Brasil, Peru, estiveram presentes nas discussões. “Falamos sobre gestão de áreas protegidas, sobre o marco da biodiversidade pós 2020 e principalmente sobre a necessidade de integração das informações nessa região transfronteiriça. Os debates extrapolam as fronteiras brasileiras e trazem para a Sema e para o Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas do Acre uma responsabilidade grande, de continuar cumprindo essa agenda ambiental”, disse a gestora da Área de Proteção Ambiental Lago do Amapá, Mirna Caniso.
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