O Brasil já foi referência mundial em imunização e seu calendário nacional de vacinação é um dos mais completos do mundo. A vacinação é uma responsabilidade individual, mas tem grande impacto coletivo. Prova disso é que, graças à vacinação em massa, doenças como poliomielite, rubéola, tétano e coqueluche deixaram de ser um problema de saúde pública no país.
Entretanto, a partir da pandemia da covid-19, houve um grave declínio na cobertura vacinal e especialistas alertam que doenças já erradicadas estão ressurgindo. O governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), alerta a população sobre a necessidade de ampliação da imunização no estado, para não propiciar o retorno e o agravamento de doenças já erradicadas.
De acordo com Renata Quiles, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Acre, 10.422 pessoas foram vacinadas com a vacina bivalente da Pfizer no estado, o equivalente a 3,25% da população. Do grupo prioritário que deveria se vacinar nessa primeira fase, 320 mil pessoas ainda não se vacinaram.
“Temos percebido um decréscimo de interesse na vacina a cada reforço. Isso tem aumentado, porque a vacina contra a covid tem apresentado um comportamento diferente, com necessidade de reforços”, explicou Renata.
A coordenadora ressalta que o vírus de covid-19 tem uma capacidade de mutagenicidade elevada, fazendo com que a proteção da vacina caia rapidamente, apresentando a duração de quatro a seis meses, dependendo do organismo.
“A população tem relacionado sequelas da doença e culpado a vacina. É necessário informar as sequelas estão ligadas ao comportamento da doença no organismo da pessoa infectada. As vacinas são eficazes e os números comprovam isso. Vacinas salvam vidas”, destacou Renata Quiles.