Tendo em vista que no mês de março o distanciamento social foi uma das principais medidas de combate ao novo coronavírus (Covid-19), o isolamento se tornou uma ameaça às mulheres que sofrem violência doméstica em outros países, segundo a ONU Mulheres.
Para que casos de violência doméstica familiar sejam evitados neste período, o Governo do Estado por meio do Gabinete da Primeira-Dama Ana Paula Cameli, a Patrulha Maria da Penha e a Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDHM) se reuniram na Casa Civil, nesta quarta-feira, 1º, para propiciar ações que garantam a proteção das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
Para a primeira-dama, Ana Paula Cameli, esse é o momento em que casos de violência tendem a aumentar e medidas de urgência precisam ser tomadas.
“A rede de proteção à mulher tem realizado um trabalho muito importante, mas todos os cuidados devem ser redobrados neste período. Acredito no trabalho de prevenção executado pela nossa Patrulha Maria da Penha e precisamos, como Estado, fortalecer toda e qualquer ação para a proteção de nossas mulheres e crianças”, evidenciou Ana Paula Cameli.
De acordo com a Major Alexsandra Rocha, coordenadora da Patrulha Maria da Penha no Acre, a reunião realizou-se para apresentar a primeira-dama do Estado os índices que se mantiveram no Acre e programar ações para o mês de abril.
“Não tivemos picos maiores de violência como nos outros Estados brasileiros. Em janeiro tivemos 571 casos e em março foram registradas 573 ocorrências, ou seja, mantivemos os números, fruto de um trabalho executado pelo Gabinete da Primeira-Dama, SEASDHM em parceria com a Patrulha Maria da Penha. Estamos acompanhando as mulheres em medidas protetivas, obedecendo as recomendações da Secretaria de Estado de Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS)”, explicitou a Major Alexsandra Rocha.
A rede de proteção neste mês de abril estará distribuindo os panfletos com o tema: “Quarentena sem Violência – Não se Cale, Denuncie!”, para todas as mulheres que estão em quarentena.
A Patrulha Maria da Penha executa um trabalho de proteção nas residências das mulheres com medidas protetivas. Nestes dias de distanciamento social, em consequência da Covid-19, não estão entrando nas casas, mas conversam com as mulheres da calçada para a proteção delas e da patrulha.
Para a secretária de Estado, Claire Cameli, o trabalho deve continuar sendo consolidado em razão dos altos índices de feminicídio, exatamente das mulheres que não possuem medida protetiva e ainda não denunciaram seus agressores.
“Muitas mulheres ainda não se atentaram para o ciclo de violência que são expostas. O trabalho de modo transversal entre as instituições robustece essa luta. No dia a dia a mulher já enfrenta muitos desafios para ter coragem de denunciar. Dentre elas os obstáculos emocionais, o medo do agressor cometer ainda mais violência, de não ser acolhida pelos órgãos públicos, o cuidado com os filhos, a dependência financeira e tantos outros motivos. E o Estado entra para dar conhecimento dos direitos dessas mulheres e das políticas que lhe asseguram”, ressaltou a secretária Claire Cameli.