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Estado reconhece jogadores de esportes eletrônicos como atletas – Noticias do Acre
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Tecnologia

Estado reconhece jogadores de esportes eletrônicos como atletas

Em um mundo cada vez mais conectado, a inovação e tecnologia precisam ser prioridade para o crescimento econômico de uma região. Por isso, o governo do Acre deu um passo importante para incluir o estado no ecossistema nacional de esportes eletrônicos. A Lei nº 4.324, sancionada pelo governador Gladson Cameli e publicada nesta quinta-feira, 11, no Diário Oficial, regulamenta a prática esportiva eletrônica no estado.

O documento define a prática como atividade que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracteriza a competição de dois ou mais participantes, no sistema de ascenso e descenso misto de competição.

Com regulamentação, jogadores passam a ser atletas Foto: Marcelo Moura/Seict

Com a regulamentação, os praticantes de esportes eletrônicos também passam a receber a nomenclatura e direitos de atleta. “É livre a atividade esportiva eletrônica no estado, visando torná-la acessível a todos os interessados, de modo que possa promover o desenvolvimento intelectual, cultural esportivo contemporâneo, levando, juntamente a outras influências das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) à formação cultural, propiciando a socialização, diversão e aprendizagem de crianças, adolescentes e adultos”, determina a lei, de autoria do deputado Fagner Calegário.

A mesma publicação institui 19 de maio como o Dia Estadual do Esporte Eletrônico.

Mais investimentos

A partir dessa regulamentação, o governo consegue destinar recursos, melhorar infraestrutura e incentivar os talentos locais. O esporte eletrônico também é aliado da educação, podendo contribuir para a melhoria da capacidade intelectual fortalecendo o raciocínio e habilidade motora de seus praticantes.

O projeto foi montado inteiramente pela Federação Acreana de Games e Tecnologia (Fagt). O presidente da entidade, Henrique Álefy Xavier, destaca que esse é o primeiro passo para que outros projetos importantes saiam do papel.

“A partir disso o setor público tem um embasamento legal para investir em projetos que fomentam a modalidade, como ocorre no futebol, vôlei e outros esportes. Com isso, podem ocorrer melhorias na infraestrutura, estímulo ao desenvolvimento de talentos locais e criação de oportunidades econômicas associadas aos e-esportes”, espera.

Como atletas de fato e de direito, a expectativa é que a modalidade cresça cada vez mais no estado. “Essa lei garante aos competidores direitos de atleta e o reconhecimento às entidades, confederação, federação e liga, como administradoras e fomentadoras da modalidade. O próximo passo que a  Fagt busca para o esporte eletrônico é desenvolver uma agenda anual de competições de ranqueamento estadual, assim como incluir as modalidades de e-esportes nos jogos escolares. Fundamental para que tenhamos equipes e atletas representantes nas competições em nível nacional e internacional”, explica o presidente.

Mercado promissor

O secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Assurbanípal Mesquita, destaca que o governo vem desenvolvendo diversas ações voltadas para o setor no estado com o objetivo de ampliar oportunidades.

“O governo do estado Acre vem, por meio das secretarias afins e instituições, desenvolvendo um trabalho chamado de criação e fortalecimento do ecossistema de inovação do estado do Acre. O ecossistema de inovação consiste em um conjunto de atores que trabalham para o fomento da tecnologia, inovação e da ciência com a finalidade de desenvolver, gerar novos conhecimentos, capacitar pessoas, introduzir as pessoas no mundo dos negócios de tecnologia, no mundo dos negócios inovadores, como por exemplo a bioeconomia e a tecnologia da informação e outras atividades”, explica.

Um movimento que envolve não apenas o governo, mas também universidades, escolas técnicas, centros de pesquisa, federações, Sebrae, instituições, empreendedores e pesquisadores do estado.

“A gente vem fomentando esse mercado de transformar ideias das pessoas em produtos e empresas inovadoras, que são as startups, fomentar tecnologia, enfim, fomentar a ciência, aumentar o número de pesquisa, apoiar pesquisadores, pesquisar novas soluções e produtos. E os campos de conhecimento, que nós temos destacado tem sido a engenharia, tecnologia da informação, que é o qual o mercado de games se enquadra, a bioeconomia e o agronegócio, que são as prioridades que nós temos dado ênfase. Recentemente, o governador criou o Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação, que é um grupo de pessoas pertencentes a instituições a fins deste tema que tem agora atribuição de desenvolver políticas e as agendas voltadas para fortalecer esse segmento.”

Para o futuro, o secretário acredita que os incentivos nessa área serão responsáveis por formar profissionais nos demais eixos inseridos nesse ecossistema inovador.

“Temos que estimular, inspirar esses jovens a entrar nesse mercado, porque futuramente esses jovens podem ser empreendedores, atletas eletrônicos, como também pesquisadores, cientistas, e empreendedores da área da tecnologia e da inovação”, enfatiza.

Para isso, já são feitas oficinas de inovação que devem, futuramente, ser levadas para as escolas com a finalidade de ingresso de mais jovens nessa área.

“O que está em jogo nesse mercado é a gente aproveitar essa disposição da juventude, o interesse nesse mercado de games para dentro do ambiente de inovação e tecnologia. Esse segmento dos jogos já vem acontecendo e, a partir daí, o governo do Estado começou a se inserir para incluir esses jovens e também criar políticas públicas para fomentar esse mercado, valorizando o conhecimento e as habilidades deles.

Gamecon, realizado no ano passado, discutiu o mercado associado aos games no estado. Foto: Neto Lucena/Secom

Gamecom

O governo tem mantido um olhar arrojado para esse setor. Em setembro do ano passado, o Acre foi palco do Gamecon Talks, que promoveu palestras e encontros sobre geração de novos negócios no mundo dos games no Acre.

O objetivo foi apresentar o universo dos games como uma forma de trabalho, proporcionar uma nova visão de se fazer negócios no estado, estimular a juventude para diferentes perspectivas de empreender, incentivar a cultura do empreendedorismo e oportunizar a geração de emprego e renda a partir do uso da tecnologia.


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