Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the updraftplus domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /code/wp-includes/functions.php on line 6114

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wpforms-lite domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /code/wp-includes/functions.php on line 6114
Estamos em guerra – Noticias do Acre
Notice: Undefined index: noticiasdoacre-content in /code/wp-content/themes/agenciaac-wp/inc/template-functions.php on line 79

Notice: Trying to get property 'src' of non-object in /code/wp-content/themes/agenciaac-wp/inc/template-functions.php on line 79

Notice: Undefined index: noticiasdoacre-content in /code/wp-content/themes/agenciaac-wp/inc/template-functions.php on line 79

Notice: Trying to get property 'ver' of non-object in /code/wp-content/themes/agenciaac-wp/inc/template-functions.php on line 79

Estamos em guerra

Na terça-feira, por volta das 17h45, vi um jovem negro de 17 anos saltar o guarda-corpo e sentar-se na parte externa do piso da passarela Joaquim Macedo, sobre o Rio Acre, no centro de Rio Branco.

Acompanhado da jornalista fluminense Flavia Milhorance, nos entreolhamos automaticamente. O jovem calçava tênis, vestia moletom cinza e camisa de manga cor-de-rosa.

Quando nos aproximamos, ele explicou que estava ali apenas para contemplar a água e os paus que a correnteza arrastava, que não pretendia pular.

Ele aceitou meu convite para tomar sorvete, saltou o guarda-corpo e nos acompanhou. Perguntou se eu era do Bope. Eu disse quem sim, mas que já estava aposentado e que meu hobby é fotografar.

Eu estava com apenas R$ 5,00 na carteira, mas a atendente da sorveteria aceitou a nota por dois picolés entregues ao jovem.

De fala mansa, muito tranquilo, sem o menor sinal de ser usuário de qualquer tipo de droga, ele contou que nasceu no Rio de Janeiro e morava perto do Morro do Alemão.

Uma tia veio para o Acre, convidou a mãe e ele veio com a avó para fazer companhia. A tia decidiu voltar para o Rio, mas a avó decidiu ficar no Acre. E ele decidiu ficar com ela para fazer companhia.

– Antes da pandemia, eu conseguia vender alguma coisa na rua. Agora ninguém quer comprar nada. Eu saio todos os dias de casa para procurar emprego e nada. Aí eu venho pra cá, pra olhar ficar olhando as pessoas, as águas, os troncos descendo no rio.

Ele negou quando perguntei se já havia sido contaminado pelo coronavírus. Insisti: e por que não usa máscara?

–Porque não tenho dinheiro para comprar.

Como daria carona a Flavia até o hotel, pedi ao jovem para nos acompanhar porque estava com uma caixa de máscaras dentro do carro.

Antes de chegar ao carro, encontrei o amigo Badate, dono do maior armarinho do Acre, que estava sendo fechado. Apresentei o jovem, resumi a história, e Badate mandou que um funcionário trouxesse uma caixa de máscara de tripla camada, que custa R$ 55,00.

Pedi que o jovem passasse a usar uma, mas Badate ponderou que antes de pegar nas máscaras as mãos teriam que ser higienizadas, abriu o carro e espargiu álcool.

O jovem vestiu a máscara e percebemos o sorriso nos olhos dele ao agradecer e ir embora.

Fiz esse textão todo para lembrar que, num passado não muito distante, o sucesso da campanha contra o HIV, contra a aids, também passou pela distribuição em massa de camisinhas ou preservativos nos postos de saúde e nas grandes festas nacionais, como o Carnaval.

É preciso ser sensível à vida das pessoas e entender que nem todo mundo tem acesso à compra de uma caixa de máscara hospitalar ou cirúrgica descartável por R$ 50,00 ou até mais de R$ 100,00.

A população precisa de acesso facilitado e isso praticamente não custaria nada ao governo. Certamente, caso haja uma engrenagem de distribuição de máscara contra a covid, as pessoas vão aceitar e vão adotar.

Estamos em guerra contra a covid e em guerra é assim que se age. É algo tão simples que muita gente nem se dá conta de que pode ser muito eficaz para derrotar o atual inimigo da humanidade.

Altino Machado é diretor na Fundação de Cultura Elias Mansour


Notice: ob_end_flush(): failed to send buffer of zlib output compression (1) in /code/wp-includes/functions.php on line 5464