Iolanda Lima faz parte da história do Acre e do Brasil. Foi a primeira mulher a governar um estado brasileiro, na década de 1980, quando o então governador eleito, Nabor Júnior, afastou-se do cargo por um período de 300 dias. Natural de Manoel Urbano, em toda sua vida pública Iolanda foi combatente na defesa dos destinos do Acre.
Recentemente ela enviou uma carta ao governador Tião Viana externando seu apoio e indignação ao último ataque político que ele sofrera no município.
“Quero declarar minha tristeza com o infeliz e desastroso ato de uma criatura que, talvez desprovida de qualquer sentimento humano, destratou o governador do Acre. Sou testemunha de que meu querido Manoel Urbano recebeu de sua administração muitos recursos, principalmente na área rural”, enuncia a carta.
O ato ao qual a ex-governadora se refere se deu no início deste mês, quando Tião Viana e sua equipe de governo estiveram no município para formalizar a entrega de R$ 2,2 milhões em investimentos para o setor rural. Na ocasião, um cidadão tentou interferir na cerimônia, proferindo ofensas contra o governador e fazendo cobranças de ações que competem ao poder público municipal.
Como cidadã murbanense, Iolanda lamentou profundamente o ocorrido, fazendo um relato dos investimentos que Manoel Urbano tem recebido do governo, como terras para agricultores, implementos agrícolas, maquinários para açudagem e tantos outros.
“Em meu nome e de toda a família Lima Ferreira, pioneira dessas terras desde 1889, quero que acredite: não aceitamos as ofensas que lhe foram dirigidas. Volto nesta hora a lhe pedir que, enquanto estiver à frente dos destinos do Acre, não permita que aquela terra sofra, recebendo influências nefastas de malfeitores”, diz na carta.
Tião Viana disse que se sentiu honrado e profundamente grato pela solidariedade e consideração da ex-governadora. “Sinto-me extremamente agradecido com o ato humano, de consideração e reconhecimento da ex-governadora Iolanda Lima ao nosso trabalho. Foi uma mulher que marcou a história deste estado e do Brasil”, destacou o governador.
Confira a carta na íntegra:
“Governador Tião Viana,
Por meio desta, quero declarar minha tristeza com o infeliz e desastroso ato de uma criatura que, talvez desprovida de qualquer sentimento humano, destratou o governador do Acre. Sou testemunha de que meu querido Manoel Urbano recebeu de sua administração muitos recursos, principalmente na área rural, oferecendo terras para agricultores , implementos, maquinários para açudagem etc.
Reafirmo que, quando da sua eleição vitoriosa para governar, lembre-se do que falei: ‘Governador, não lhe pedirei nada pessoal para mim e meus familiares. O que lhe peço é que não esqueça a minha terra, onde nasci e me criei. Lá estão sepultados os meus avós, pioneiros dessa região’.
Foi no ano de 1889 que lá chegaram, em terras que não tinham donos. Foi exatamente às margens do Rio Purus, hoje Manoel Urbano, que fizeram as suas barracas, trabalharam toda a vida e lá foram sepultados.
Em meu nome e toda a família Lima Ferreira, pioneira dessas terras desde 1889, quero que acredite: não aceitamos as ofensas que lhe foram dirigidas. Volto nesta hora a lhe pedir que, enquanto estiver à frente dos destinos do Acre, não permita que aquela terra sofra, recebendo influências nefastas de malfeitores, que não sabemos de onde vieram.
Peço-lhe desculpas pelo desabafo, que chegará, governador, também como um pedido de socorro.”
Atenciosamente,
Iolanda Lima