O exame Bera, também conhecido como Peate ou Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico, é um exame que avalia todo o sistema auditivo, verificando a presença de perda auditiva, que pode acontecer devido a lesão na cóclea, no nervo auditivo ou no tronco encefálico.
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com o Centro Especializado em Reabilitação III (CER III), nesta segunda-feira, 12, retoma a realização de exames Bera, no centro cirúrgico do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into/Acre), em Rio Branco.
O paciente pediátrico Pedro Lucas Alencar, 8 anos, foi atendido pelo itinerante especializado nos transtornos do neurodesenvolvimento com ênfase no Transtorno do Espectro Autista (TEA), em Brasileia, e foi avaliado pela equipe multiprofissional da Divisão de Saúde Itinerante Especializada, sendo identificada uma perda auditiva.
Sua mãe, Márcia Pereira, 29, esperava pelo exame para fazer o devido acompanhamento do seu filho. Pedro foi o primeiro de cinco pacientes a realizar o procedimento eletivo nesta manhã. Muito nervoso, recebeu um atendimento humanizado e pôde ser acompanhado por sua mãe até receber a anestesia.
“Estou muito feliz com o atendimento que tivemos e por poder realizar esse exame para acompanhar melhor o meu filho. Agradeço a toda a equipe, que nos tratou com muito carinho do começo ao fim”, agradeceu a mãe.
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Paula Mariano, os atendimentos com o exame Bera foram suspensos, em razão do término de contrato e, quando houve o novo contrato, no período de pandemia, não eram permitidos os exames eletivos, para evitar a contaminação de pacientes.
“Temos hoje 732 pacientes na fila de espera pelo exame e, com essa retomada, iremos diminuir essa demanda e dar o melhor atendimento aos nossos pacientes que necessitam passar pelo exame Bera para terem o acompanhamento necessário”, destacou Paula Mariano.
A gerente de Assistência do CER III, Soron Steiner, explicou que a retomada desse exame é uma conquista para esses pacientes, que tanto precisam fazer esse atendimento, e ressaltou o sucesso do itinerante especializado nos transtornos do neurodesenvolvimento com ênfase no TEA, que avaliou o paciente Pedro Lucas.
“Pedro é uma criança que não condiciona uma avaliação audiológica convencional. Então, sem o exame ele não teria a possibilidade do diagnóstico e da protetização auditiva que precisamos para encaminhá-lo para um devido acompanhamento. Assim confirmando ou descartando a perda auditiva, ele será referenciado para o CER III, para o fechamento do diagnóstico”, evidenciou
Como é feito o exame?
O exame dura entre 30 e 40 minutos e normalmente é feito enquanto se dorme ou por sedação, para não interferir no resultado do exame. É indicado principalmente para avaliar o desenvolvimento e a resposta auditiva de crianças, recém-nascidos prematuros, crianças autistas ou com alterações genéticas, como por exemplo a Síndrome de Down. Além disso, o exame também pode ser feito para diagnosticar a perda auditiva em adultos, investigar a causa de zumbidos, detectar a presença de tumores envolvendo os nervos auditivos ou para monitorar pacientes internados ou em coma.