Ao entrar na propriedade de Clodoaldo Brandão, logo se avista dezenas de pés de macaxeira, um dos produtos desenvolvidos em agricultura familiar que sustentam sua família. Há pouco mais de dois anos o produtor ganhou uma nova paixão e fonte de renda, a produção de mel. Com muita satisfação ele apresenta as 28 colmeias que possui e, com muito zelo, realiza o trabalho diário de manejar as abelhas.
Localizada na zona rural de Rio Branco, o produtor integra a comunidade do Seringal Liberdade. Uma área que fica as margens do Rio Acre, que possui uma boa quantidade de ativo ambiental. Razão que o representante da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN), Anselmo Forneck, elenca para o sucesso da produção, porque as floradas da floresta são importantes para essa cadeia produtiva.
“De primeiro a gente cortava tudo, porque queria limpar o quintal. Agora não tiramos nada! E a intenção é plantar mais”, conta Maria Paulina, esposa de Clodoaldo Brandão, que adquiriu entendimento sobre sustentabilidade na prática. Ela também incentiva a produção, porque recebe muitas ligações de encomenda do produto. A forma de comercialização ainda é por meio de venda direta, na qual as pessoas vão buscar as garrafinhas de mel na propriedade de Clodoaldo. O produto das uruçus sem ferrão é vendido a R$ 50, meio litro.
Assim que terminou a capacitação realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizado Rural (Senar), em 2012, foi beneficiado com cinco caixinhas da Sepn. A produção foi conciliada com a multiplicação de colmeias. Porque ambas atividades têm que respeitar o ritmo de trabalho das abelhas e a sua organização.
Para multiplicação, a colmeia é dividida e assim todo o enxame. O que é mais que o deslocamento de um disco de um ninho, porque exige uma reorganização no reino das abelhas. E não pode ocorrer concomitante a colheitas, porque deixa a colmeia muito fragilizada. O trabalho com o mel exige observação dos comportamentos e fiscalização de predadores. Já a colheita é feita, em média, após três meses.
Na segunda-feira, 05, o meliponicultor recebeu o extrator de mel para profissionalizar a colheita. “Essa ferramenta aumenta a agilidade de tirar o conteúdo das melgueiras e também dá mais qualidade ao produto, porque é mais higiênica”, explica Forneck.
A Sepn tem incentivado o cooperativismo e foi oferecida a oportunidade de comércio nas feiras de economia solidárias, que são realizadas com frequência em pontos turísticos da capital. Sugestão que foi recebida com ânimo pela família, que pretende participar do evento na edição de Páscoa.