Conhecido como “Professor Pardal” de Mâncio Lima, graças à sua habilidade em inventar equipamentos para extração de óleos diversos, o extrativista Manoel Bezerra esteve em visita de trabalho à Secretaria de Estado de Pequenos Negócios (SEPN) para apanhar alguns kits de escalada dos buritizeiros. Isto porque, segundo Bezerra, em agosto, o buriti começa a amadurecer e em seguida começa a extração de óleo da palmeira.
O governo do Estado tem fortalecido a atividade extrativista em Mâncio Lima. Construiu e equipou uma unidade para extração de variados óleos e assessorou um grupo de extrativistas na criação de uma cooperativa que viria a nascer com o nome de Cooperfrutas e que hoje faz a gestão do empreendimento.
A fábrica iniciou as atividades há pouco tempo, mas a Cooperfrutas já vendeu um lote de óleo de buriti recentemente para uma empresa de Belém-PA. A cooperativa também foi contatada por outra empresa da capital paraense interessada em comprar toda a produção de óleo de patoá e de murmuru, ou seja, a comercialização dos óleos amazônicos é garantida.
A Cooperfrutas é composta por 23 membros, mas quem não é cooperativado também pode fornecer matéria-prima para a fábrica. Segundo Bezerra a cooperativa está aberta a novas filiações de extrativistas.
História com óleos
Manoel Bezerra, ainda menino, no Ceará, aprendeu a extrair óleo de oiticica com a mãe. Há 40 anos mudou-se para Mâncio Lima onde iniciou a extração de óleo de buriti, patoá, andiroba, açaí e coco da praia. Para seu trabalho, inventou várias máquinas, utilizando-se de sucatas de eletrodomésticos. Também se especializou em fazer sabão e sabonetes utilizando os diversos óleos. Ele costuma vender seus produtos em feiras em todo o estado.
Iniciador de todo o processo que levou ao surgimento da indústria, como todo extrativista, Bezerra aposta no potencial econômico da extração de óleos da floresta, feita de modo sustentável.
“Toda vida acreditei na extração de óleos e agora ainda mais com esse apoio da secretaria de Pequenos Negócios. As árvores todo ano dão uma safra e isso pode gerar renda para muitas famílias que não vão querer derrubar a floresta” – comentou.
A indústria de extração de óleos construída pelo governo do Estado tem todo um sistema de extração de óleos, contendo uma miniprensa, um tanque, um filtro prensa, um tanque pulmão, um conjunto processador de amêndoas e frutos, um aparelho de contador, uma peneira, um moinho quebrador e uma peneira separadora. Os equipamentos somaram investimentos de cerca de meio milhão de reais.