O Acre possui apenas uma via de ligação terrestre com o restante do Brasil: a BR-364. Com a cheia do Rio Madeira, considerada a maior tragédia ambiental da Amazônia nos últimos 100 anos, parte da rodovia que liga o estado a Rondônia ficou tomada pelas águas. E para garantir que produtos essenciais não faltem para o acreano e o mercado continue abastecido e em movimento, um órgão militar tem tido um papel fundamental: a Força Aérea Brasileira (FAB).
A FAB é responsável por defender a pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, por iniciativa de qualquer dos poderes constitucionais. Cabe à Aeronáutica, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pela presidente da República. E por meio desses valores, a FAB passou a atuar no Acre desde a decretação do estado de emergência, em um pedido do governo do Estado diretamente à Casa Civil da Presidência.
São três aeronaves disponíveis para o estado – uma C130, com capacidade para 15 toneladas, e duas C105, com capacidade para 4,5 toneladas. As aeronaves começaram a atuar no trecho Porto Velho/Rio Branco no dia 24 de fevereiro e em 29 voos elas já transportaram 222 toneladas de alimentos. Hoje são realizados cerca de seis voos por dia, e os principais produtos transportados são: leite, hortifrutigranjeiros (verduras, legumes, frutas e ovos), trigo, arroz e medicamentos.
Utilizada para o transporte de produtos essenciais ao abastecimento e economia do estado, a maioria não pode vir pela estrada alagada em caminhões de baixa estatura, e os aviões da FAB fazem apenas o transporte. Todo o embarque e desembarque de produtos é de total responsabilidade das empresas transportadoras e contratantes. Sem o apoio da FAB, não só o estado correria risco de desabastecimento, como o prejuízo social seria incalculável.
“Se não tivéssemos o apoio do governo federal por meio da FAB, não seriamos capaz de manter o abastecimento do estado estável e entraríamos em colapso, com muitos gêneros alimentícios essenciais em falta. É uma ajuda necessária”, conta o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Gundim.