Uma ação coordenada entre as polícias Civil e Federal, por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), composta também pelas polícias Rodoviária Federal, Militar e Penal, resultou na deflagração da Operação Cupiditas, nas primeiras horas desta quinta-feira, 30. O objetivo da missão é desmantelar uma sofisticada rede de transmissão de ordens provenientes de líderes de uma organização criminosa, atualmente detidos na Penitenciária Antônio Amaro, em Rio Branco, para membros em liberdade.
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Cerca de 40 policiais foram envolvidos na operação, cumprindo cinco mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão em dois estados brasileiros (Acre e Espírito Santo). Quatro pessoas foram presas no Acre e uma no Espírito Santo, desses, quatro são advogados.
“Hoje é um dia significativo para as Forças de Segurança, pois a operação resultou na desarticulação de uma sofisticada rede criminosa, revelando um intrincado esquema de leva e traz de informações, por meio de advogados, a apenados que são considerados líderes de organizações criminosas”, explicou o delegado-geral Henrique Maciel durante coletiva de imprensa.
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Investigação durou 11 meses
A investigação, que teve início em janeiro de 2023, expôs um elaborado esquema organizado, liderado por advogados que utilizavam suas prerrogativas profissionais para intermediar a transmissão de mensagens dos líderes da organização criminosa para membros em liberdade. O objetivo era manter a ordem e a condução dos trabalhos criminosos, mesmo durante a prisão dos líderes.
“Cabe ressaltar a importância da cooperação entre as diferentes agências de segurança. A Polícia Federal, em conjunto com as demais forças, desempenhou um papel fundamental na identificação e desmantelamento desse esquema criminoso. O sucesso da operação reflete o comprometimento e a habilidade das forças de segurança em agir de forma coordenada, ultrapassando fronteiras estaduais para combater o crime organizado”, enfatizou o delegado Felipe Fachinelli, da Polícia Federal.
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Além disso, as autoridades descobriram que um dos advogados envolvidos teve contato direto, a pedido dos principais líderes da organização no Acre, com uma influente liderança da mesma facção no Rio de Janeiro. Esse contato tinha o propósito de pleitear demandas em nome dos líderes detidos.
Os investigados inicialmente responderão pelos crimes de integrar organização criminosa, cuja pena prevista é de reclusão de três a oito anos, além de eventuais delitos relacionados.
“O Ministério Público continuará atuando de maneira incisiva para garantir que a justiça seja feita. A ação de hoje é um passo importante na desarticulação dessa facção criminosa, mostrando que a ganância não prevalecerá sobre a lei”, observou o promotor de Justiça Bernardo Albano.
A operação recebeu o nome de “cupiditas”, termo em latim que significa ganância, em referência aos investigados que constantemente se valiam de garantias e direitos para avançar nas fileiras da organização criminosa.