O governador Gladson Cameli foi recebido com festa pelo povo Nukini, na Aldeia Recanto Verde, às margens do Rio Moa, no sopé da Serra do Divisor, no município de Mâncio Lima. Ele participou da celebração de abertura do Kupichawa, local onde os indígenas realizam os trabalhos espirituais tradicionais da sua cultura.
O Cacique Xiti Nukini reuniu todas as lideranças das nove aldeias da terra indígena para recepcionar o governador com cantos e danças ancestrais do seu povo. Gladson Cameli entrou no clima da celebração, participando das manifestações com muita alegria e respeito pela cultura Nukini.
“Respeito os povos da floresta e quero ser representante de todos, para defender os seus sagrados direitos de praticar seus ritos com liberdade. Os nossos povos originários têm muito a ensinar para toda a humanidade, através da proteção da natureza e dos conhecimentos das medicinas da floresta”, declarou o governador.
Como uma das principais lideranças do seu povo, Xiti Nukini agradeceu Gladson Cameli por se dispor a participar de um momento tão importante para a preservação da cultura Nukini.
“Estamos recebendo com muita alegria o cacique maior de todos os acreanos. É um incentivo para todo o meu povo ter a presença do governador neste momento de afirmação da tradição deixada pelos nossos ancestrais Nukini. O fato do governador passar uma noite com a gente aqui na Aldeia Recanto Verde demonstra o seu reconhecimento da importância de todos os povos indígenas na formação social do Acre”, refletiu Xiti.
Conexão com a Floresta
Depois de participar das danças e cantos de boas-vindas, Gladson Cameli foi conduzido pelo jovem pajé Iri Nukini e sua esposa Fátima para um banho de descarrego espiritual às margens do pequeno igarapé que atravessa a Aldeia Recanto Verde.
Participou de uma defumação com sipa, um tipo de breu vegetal, tomou banho de argila, pingou o colírio de sananga nos olhos e passou por uma limpeza corporal e espiritual com um preparado de ervas sagradas da tradição Nukini.
À noite, o governador participou da cerimônia de abertura dos trabalhos espirituais do novo Kupichawa Nukini. A celebração teve a presença de uma comitiva do povo Puyanawa, liderada pelo Cacique Joel e por representantes das etnias Hunikuin, Shanandwa e Chipibo, do Peru.
Durante a cerimônia, foram entoados cânticos de proteção e de evocação dos espíritos luminosos da floresta. As rezas nos idiomas tradicionais pediam a cura de todas as doenças que assolam a humanidade e o despertar das consciências para a importância do respeito e da preservação da natureza.
“Os conhecimentos dos nossos povos tradicionais podem ajudar a conscientizar as pessoas de que somos todos iguais. Eles trazem a cura para as doenças do corpo e para os maus pensamentos. Eu senti como se tivesse saído uma tonelada de estresse de cima de mim. Me sinto aliviado e pronto para seguir com o meu trabalho de governador, ajudando os acreanos de todas as religiões e raças para conduzir o nosso estado no rumo de um desenvolvimento social que não exclua ninguém e possa trazer bem-estar para todos”, ressaltou Cameli.
Reunião com as lideranças indígenas
Na manhã seguinte à celebração espiritual tradicional, sexta-feira, 13, o governador participou de um encontro com caciques, diretores e professores das escolas Nukini e Puyanawa e produtores rurais das terras indígenas do Rio Moa. Foram lidas cartas de reivindicações para ações nas áreas da educação, saúde, agricultura e infraestrutura das aldeias indígenas da região.
Acompanhado do procurador do Estado, Andrey Hollanda, o governador se comprometeu a encontrar soluções para as demandas mais urgentes.
“A pandemia da covid atrasou o planejamento que nós tínhamos para muitas ações de governo. Mas estou me comprometendo a encontrar soluções o mais rápido possível, para atender os justos pedidos que estão sendo feitos. O que vocês querem é um direito e estou passando esses documentos que me entregaram para o procurador Andrey, para, dentro da legalidade, resolvermos essas questões o mais rápido possível”, respondeu o governador.
Durante o encontro, foram entregues, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Política Indígena (Semapi), dois barcos com motores, dois kits para casas de farinha e uma peladeira de arroz para o uso das comunidades da Terra Indígena Nukini.