Governador reafirma que não demitirá servidores do Pró-Saúde e quer contar com sindicalistas para ‘desenterrar’ o que classifica de ‘cabeça-de-burro’ na Sesacre
Um importante passo na sua política de recolocar o trem da Saúde nos trilhos de novo foi dado pelo governo do Estado do Acre, na tarde desta segunda-feira, 24, por meio do governador Gladson Cameli e de lideranças de nove sindicatos que representam os servidores da Secretaria de Estado da Saúde do Acre (Sesacre).
Num jogo aberto, em que se colocaram em pratos limpos todos os gargalos da pasta, o governador Gladson Cameli garantiu, por exemplo, que não demitirá os mais de 1.100 servidores do Pró-Saúde, assunto que preocupava o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), e fez questão de ouvir, atentamente, a cada uma das reivindicações postas à mesa.
Da reunião iniciou-se um processo gradativo, mas com efeitos significativos ainda no segundo semestre deste ano, para melhorias administrativas e financeiras que contemplem os 6,2 mil servidores da pasta em todo o estado.
A partir de agora, os pontos sobre o que é melhor para as categorias serão discutidos por um grupo de trabalho formado por membros dos sindicatos e integrantes da Casa Civil e das secretarias de Estado de Fazenda, de Planejamento e Gestão e da própria Sesacre.
“Não vamos demitir ninguém do Pró-Saúde. E quero dizer também que teremos uma reunião o quanto antes para definirmos um cronograma de trabalho com vocês e nossas secretarias, sanando juntos todos esses problemas”, garantiu Cameli.
O governador conclamou todos para se unirem em torno de uma Saúde livre de carteis e de conchavos desonestos que só prejudicam a população. “Como sempre venho pedindo a todos os nossos servidores, quero que me ajudem a mudar esse quadro ruim, principalmente, esse em que se encontra a Saúde, nos auxiliando a desenterrar essa ‘cabeça-de-burro’ que existe ali”.
Do presidente do Sintesac, Adailton Cruz, o governador ouviu que os funcionários da Sesacre hoje acumulam perdas salariais pesadas, ao longo dos anos, a maioria chegando a 60%. “Eu mesmo, com 16 anos de serviço, ganho menos que um aluno do concurso da Polícia Militar”, compara Cruz.
Para o sindicalista, neste primeiro momento o governo do estado “poderia dar algum alento aos servidores, deixando para o próximo ano outras questões menos urgentes, se criasse a chamada ‘etapa alimentação’”, beneficiando servidores que, segundo ele, já estão em estado de fome.
Segundo o Sintesac, outros 2,1 mil funcionários estão com os salários congelados e sem direito a férias, nem à sexta parte.
Estiveram presentes nesta primeira reunião, o secretário da Casa Civil do Governador, José Ribamar Trindade, o secretário de Estado de Políticas Institucionais, Alysson Bestene, o diretor de políticas institucionais, Nelson Sales, além de presidentes e diretores do Sindicato dos Farmacêuticos, do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem, entre outros.