Governo do Estado, destacou uma equipe para que se dirigisse ao Jordão nas primeiras horas desta terça-feira, 22. O avião de pequeno porte decolou às 7h14 da manhã, do aeroporto de Rio Branco, pousando no Jordão duas horas depois. Agentes das secretarias de Saúde e Assistência Social, além do Corpo de Bombeiros, já estão no Jordão para prestar assistência aos munícipes
O período de chuvas e enchentes é uma característica climática comum da Região Norte, fenômeno que acontece anualmente. Este ano, porém, as águas subiram mais cedo que o habitual, fazendo com que o governo do Acre iniciasse uma resposta rápida aos desabrigados.
Por isso, o Governo do Estado, destacou uma equipe para que se dirigisse ao Jordão nas primeiras horas desta terça-feira, 22. O avião de pequeno porte decolou às 7h14 da manhã, do aeroporto de Rio Branco, pousando no Jordão duas horas depois. Agentes das secretarias de Saúde e Assistência Social, além do Corpo de Bombeiros, já estão no Jordão para prestar assistência aos munícipes.
A comitiva é composta pela secretárias adjunta de Saúde, Muana Araújo; e de Assistência Social, dos Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres, Ana Paula Lima; pelo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Batista, além de técnicos da Vigilância em Saúde e Assistência Social.
O município foi o primeiro a ser atingido pelas águas dos rios Tarauacá e Jordão, que elevaram seu nível em razão das fortes chuvas durante o fim de semana, deixando cerca de 70% da cidade debaixo d’água. Cerca de 76 famílias, a maioria indígenas, estavam em abrigo público até a tarde de segunda-feira, 21. Até a manhã desta terça-feira, 22, o rio baixou aproximadamente um metro e algumas famílias já começaram o retorno para casa.
O Estado, por meio do Núcleo de Saúde Indígena da Sesacre, contou com a parceria da Federação do Povo Huni Kui (Fephac) – entidade civil sem fins lucrativos, que agrega diversas associações, organizações e comunidades da etnia em território brasileiro – e realizou a doação de cem cestas básicas, cem kits de limpeza e 50 fardos de água mineral para a população atingida.
“Os esforços estão voltados em garantir a segurança da população, por isso nossa equipe técnica está pronta para realizar levantamentos e intervenções necessárias no que diz respeito à saúde. Enviamos cinco mil unidades de hipoclorito para ação imediata e já estamos nos preparando para prestar assistência aos demais municípios que necessitarem. A união entre os entes é o que faz a diferença em momentos como este”, observou a secretária de Saúde Paula Mariano.
Além disso, a Secretaria de Estado de Assistência Social, Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres (SEASDHM) providenciou o envio de colchões para atender as famílias que estão no abrigo. “Estamos aqui prestando apoio e vamos destinar cestas básicas, colchões e kits de higiene para que possamos minimizar os impactos da enchente, que foram grandes. A maior parte dos atingidos foram os indígenas e o Estado está dando suporte a todos”, relatou Ana Paula Lima.
Os materiais destinados à população estão sendo levados de caminhão pela BR-364 até o município de Tarauacá, e em seguida irão para o município do Jordão.
“As águas sobem e também baixam rapidamente. Dois bairros foram completamente atingidos, muita terra indígena principalmente. Estamos fazendo o levantamento das perdas”, contou o prefeito do Jordão, Naudo Ribeiro.
A volta para casa
Segundo os relatos dos atingidos, o processo ocorreu muito rápido, com as casas sendo invadidas pelas águas em apenas uma noite, as famílias saindo às pressas, dirigindo-se a locais mais altos, distantes do rio.
“Era a população toda em pânico, não dava pra ajudar todo mundo ao mesmo tempo, então, alguns perderam muita coisa. Mesmo que tivesse duzentas canoas não teria dado conta”, relatou Adelson Fortunato dos Santos, de 45 anos.
As águas baixaram rapidamente. Entre segunda e terça-feira, 21 e 22, grande parte das famílias que estavam no abrigo voltaram para casa.
Retorno que demanda árduo trabalho de limpeza, pois depois que as águas baixam, fica a lama e com ela muitos perigos, como animais peçonhentos.
Muita água, mas não para o consumo
Outro problema ocasionado pela cheia é a falta de água potável, para o consumo, pois a captação se torna impossível, bem como a sua distribuição, tendo em vista a necessidade de interromper o fornecimento de energia elétrica.
Diante disso, os moradores estão recebendo ajuda de um núcleo do Centro Espírita União do Vegetal, que possui poço artesiano e está abastecendo a cidade.