Marcado por uma história de luta e resistência das populações tradicionais – índios, extrativistas, ribeirinhos e agricultores familiares – em defesa e proteção do meio ambiente, o Acre, que possui 47,9% de seu território composto por áreas protegidas, está em processo de criação definitiva de mais uma Unidade de Conservação: Floresta Estadual do Afluente.
Localizada entre os municípios de Manoel Urbano e Feijó, a UC possui pouco mais de 155 mil hectares de florestas, que poderão ser utilizados pelas famílias que vivem no entorno, de maneira sustentável.
Já o decreto de criação provisório da Floresta Estadual do Afluente foi sancionado em 2017, no Dia Mundial do Meio Ambiente – 6 de junho. O governo planeja instituir a unidade de conservação ambiental, de maneira permanente, no primeiro semestre deste ano.
“A implementação de uma unidade de conservação nessa localidade auxilia no processo de mitigação dos impactos causados pela abertura da BR-364, ao mesmo tempo em que impulsiona o desenvolvimento sustentável e fortalece a lei n◦ 11.284 de 2 de março de 2006, que dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável, bem como a lei n◦ 9.985/2.000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação”, salientou a chefe da Divisão do Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas da Sema, Flávia Dinah Rodrigues.
Os recursos necessários para a criação dessa unidade são oriundos do Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDSA II – BID), ações são apoiados WWF Brasil e WWF UK (Reino Unido). A gestão da Floresta Estadual do Afluente fica a cargo da Sema.
Fomento econômico
Com 87% da sua floresta nativa preservada, o Acre avança gradativamente no crescimento de sua economia, que tem como base a valorização do ativo ambiental e diversificação da produção.
A criação de mais uma floresta pública potencializa ainda mais esse fomento produtivo, uma vez que todos os estudos socioprodutivos, ambientais e econômicos estão sendo realizados para que a UC seja rentável ao Estado e, especialmente, aos moradores da região. Além disso, a iniciativa de preservação ambiental atua diretamente na redução da miséria e do desmatamento ilegal.
“Estamos viabilizando a possibilidade de uma economia mais dinâmica e que vai possibilitar um manejo florestal forte naquela região, tanto de produtos madeireiros, como não madeireiros, aquecendo a economia dos moradores”, explica o secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus.
Espaço físico
A exemplo das demais UCs existentes no decorrer da BR-364, a Floresta Estadual do Afluente também vai contar com Unidade de Gestão Integrada Ambiental (Ugai), uma sede física que serve de apoio aos comunitários, servindo ainda de suporte para as equipes do governo.
Prevista para ser inaugurada no primeiro semestre deste ano, a obra da Ugai segue a todo vapor e é executada pelo Iteracre.