Segundo dados do relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2014, o suicídio é responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 a 29 anos. No Brasil, 8º país com a maior taxa de suicídios do mundo, 400 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de transtorno mental.
Nesse contexto, o suicídio tem se destacado como um grave e crescente problema de saúde pública. Por isso, os esforços de prevenção necessitam de coordenação e colaboração entre os múltiplos setores da sociedade.
Tendo isso em vista, dentro das políticas da Rede de Atenção Psicossocial, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), realizou um encontro para discutir estratégias para criação do Plano Estadual de Prevenção de Suicídio no Acre, que visa à sistematização e organização do fluxo de atenção e cuidado à saúde do paciente em risco.
A reunião contou com representantes do gabinete da vice-governadora, Centro Integrado de Apoio Biopsicossocial, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas, Departamento de Atenção Primária, Políticas e Programas Estratégicos, Divisão de Saúde Mental, Núcleo de Prevenção de Suicídio do Huerb, além do secretário-adjunto de gestão e planejamento, Rui Arruda, que também participou do encontro.
“Precisamos unir todos os esforços, trabalhar em parceria com outras instituições para a redução desse agravo de saúde. A prevenção precisa ser inserida em todas as esferas da sociedade”, destaca Arruda.
Para a psicóloga Andréia Vilas Boa, que atua como coordenadora do Núcleo de Prevenção de Suicídios, que há cinco anos vem identificando e acolhendo pacientes que dão entrada no Huerb por tentativa de suicídio, o tema continua sendo tabu, motivo de vergonha ou de preconceito.
“Precisamos desmitificar e falar mais abertamente sobre suicídio, uma vez que o problema vai muito mais além do sofrimento individual, é uma séria questão para a saúde pública”, ressalta.
O projeto em questão institui em todo o território acreano o Plano Estadual de Prevenção de Suicídio e Valorização da Vida, com o objetivo de identificar possíveis sintomas, tratar o transtorno e prover o acompanhamento de indivíduos que apresentem o perfil, prevenindo e minimizando a evolução dos quadros que possam chegar ao suicídio.