Para esclarecer os pecuaristas que atuam no Acre acerca do novo Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), o governo do Estado, por meio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac) trouxeram ao Estado, Décio Coutinho, consultor em Defesa Agropecuária da Confederação da Agricultura, Pecuária do Brasil (CNA).
A categoria esteve reunida na tarde sexta-feira, 20, no auditório da Faeac. O encontro ocorre dias antes da realização da reunião que será realizada em Porto Velho (RO) de segunda-feira, 23 a quarta-feira, 25.
“Esse plano divide o país em cinco blocos que têm datas e atribuições diferentes para chegar à condição do Brasil livre de febre aftosa sem vacinação. O bloco um é formado pelos Estados do Acre e Rondônia. Essa é uma reunião de nivelamento entre os técnicos do serviço oficial do Acre, produtores e Federação da Agricultura para que se chegue a uma posição na participação desse calendário que está proposto pelo Ministério da Agricultura”, detalhou Décio Coutinho.
O consultor da CNA complementou explicando que nesse processo, toda a cadeia da pecuária tem tarefas a cumprir: o produtor, a indústria, os serviços de defesa, a Assembleia Legislativa, as secretarias de Estado.
“Ou seja, precisa ser uma decisão de todos do Estado, até porque no momento que ele alcançar essa condição, todos vão se beneficiar. Então, é importante que seja uma decisão madura. A Federação e o Governo tiveram essa lucidez e eu me sinto honrado de estar aqui dividindo com eles essa discussão”, declarou Coutinho.
Ronaldo Queiroz, diretor-presidente do Idaf, reforça que a proposta é mesmo reduzir as dúvidas de quem atua na agroindústria pecuária. “O governo do Estado e a Federação se uniram para trazer ao Acre um consultor e especialista nesse assunto que é o Décio Coutinho. Ele veio para esclarecer nossos pecuaristas. O governador Tião Viana fez questão que atuássemos em conjunto com a Faeac nessa atividade que visa beneficiar não só quem produz, mas a população como um todo”, frisou o presidente do Idaf.
O presidente da Faec, Assuero Veronez, informa que atualmente o Acre tem cerca de três milhões de bovinos. Por isso, os produtores têm dúvidas acerca da retirada da vacinação depois que o Estado conquistou o selo de zona livre de febre aftosa.
“Essa é uma discussão complexa que envolve aspectos técnicos e políticos. O pecuarista quer a garantia de que seu rebanho estará protegido. Ainda que a vacinação gere custos, traz segurança quanto ao baixo risco de contaminação do rebanho. Por isso, é importante que eles compreendam a razão de erradicar a imunização. O Ministério da Agricultura fez uma análise completa para dar início a esse processo no Acre e tem conhecimento profundo para propor isso com segurança. É um desafio”, afirmou Veronez.
O pecuarista Luiz Augusto do Valle, o Gui, pontuou que é um passo ousado. “É de uma responsabilidade muito grande e precisamos ter órgãos estruturados para lidar com isso”, comentou.
Décio Coutinho destacou que há muitos ganhos com a condição de área livre sem vacinação. Entre eles, a diminuição de custo operacional para o produtor; melhor condição sanitária; melhor reconhecimento no mercado interno e externo. “E isso não inclui só a carne. Inclui também animais vivos, sêmen, embriões, o produto da pecuária como um todo e junto, há o produto da agroindústria pecuária. O desafio é de todos, mas os louros e benefícios também serão de todos”, concluiu o consultor.