“Nós queremos agradecer a Deus e a todas as forças positivas do universo que pairaram sobre nós esses dias, deixando muita força positiva”. Foi com esse sentimento de gratidão, alegria e festa, transparecidos nas palavras do chefe do Departamento de Educação Escolar Indígena, Charles Falcão, que encerrou-se nesta sexta-feira, 29, a 1ª Jornada Pedagógica da Educação Indígena da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE).
A formação, cujo tema foi Ensino, Aprendizagem e Práticas Pedagógicas no Contexto Intercultural Indígena, aconteceu durante toda essa semana no teatro da Usina de Arte, em Rio Branco, e contou com a participação de 43 professores indígenas e não indígenas que exercem as funções de assessores pedagógicos e coordenadores de ensino em 11 dos 22 municípios do estado.
Segundo Falcão, o encontro foi muito importante, pois, devido às especificidades e localização de muitas escolas, algumas estão ainda finalizando o ano letivo 2020-21, enquanto outras já estão iniciando 2022. “Esse momento foi apenas o começo, o início da nossa jornada e aí nos próximos meses a gente espera contornar todas as situações, deixar os calendários escolares alinhados e ter o ano letivo fluindo normalmente”.
“Gostaria de agradecer a todos vocês que saíram lá da ponta do nosso estado, de Assis Brasil a Porto Walter e Marechal Thaumaturgo para estar aqui aprendendo, ensinando, compartilhando e planejando para que tenhamos um novo normal na educação.”, disse o secretário de Educação, Aberson Carvalho, que destacou ainda que toda a sequencia de formações vinha sendo planejada há muitos meses e que desde a chegada dessa nova equipe, ainda em 2021, a Educação Indígena é uma das prioridades.
A rede estadual de ensino possui cerca de 6,5 mil alunos indígenas e mais de 150 escolas. A formação contou ainda com o apoio do programa REM/KFW, um programa ambiental do governo alemão que, dentre outras iniciativas, apoia as ações voltadas à educação indígena.
A diretora de Ensino da SEE, Gleici Souza explicou que a jornada pedagógica aconteceu em todas as etapas e modalidades da Educação e, “conforme foi destacado pelo secretário, a Educação Indígena está em nossas prioridades, então não poderia ter ficado de fora. São profissionais que fazem um trabalho muito especial, diferenciado, com muito zelo e por isso, tem sido feito tudo que está ao nosso alcance. Se aqui na cidade temos desafios, onde eles estão tem muito mais”.
Por fim, o professor Aldenir Nunes, de Feijó, confirmou a importância do encontro como sendo um momento de primeiro diálogo sobre a educação escolar indígena, destacando que desenvolver esse ensino de forma diferenciada é um ponto importante para uma educação de qualidade, conforme a realidade das comunidades.
Ele fez questão de destacar ainda as 11 medidas para a Educação anunciadas pelo Governo em 2021. “Quando essa equipe, ainda com a gestora anterior, esteve em Feijó para anunciar as medidas, nós achamos que ia demorar pra acontecer. Mas não, hoje todos nós professores indígenas fomos contemplados. Agora, esperamos que sejam inseridas outras medidas, principalmente a realização de um concurso público, que há 30 anos não é realizado”.