Responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão e por outros tipos de tumores como o de boca, o de pâncreas, o de bexiga e de colo de útero, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a doença crônica mais evitável que existe, e o Acre vem investindo na redução do fumo, com campanhas de prevenção e oferecendo tratamento para ajudar pacientes a largar o cigarro.
Em Rio Branco e demais municípios, esse enfrentamento é feito regularmente via Atenção Primária e já são mais de 50 unidades de saúde preparadas para realizar o acolhimento e o acompanhamento dos usuários de tabaco, sendo que 12 delas ficam na capital acreana.
Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), por meio da Divisão de Doenças Crônicas, oferece desde 2005 capacitação voltada aos profissionais de saúde para prevenção do tabagismo, identificação e tratamento do tabagista e qualificação do cuidado. No ano seguinte, em 2006, o programa de controle ao tabagismo com oferta de tratamento foi implantado no estado.
Esta semana, as unidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul foram abastecidas com a medicação, que inclui adesivos e gomas de mascar de nicotina, além do antidepressivo, fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que ajuda a combater a síndrome de abstinência, suprindo a ausência do tabaco no organismo.
A técnica responsável pelo Controle de Tabagismo da Sesacre, Silene Nunes, explica que inicialmente o tratamento é realizado semanalmente com grupos de 12 pessoas, sendo que a cada trimestre cerca de 150 pessoas dão início ao ciclo de tratamento.
“Neste primeiro trimestre, temos a proporção de tratar no mínimo 150 pacientes. Inclusive o estado vai implantar o programa este ano no Hospital do Câncer e no Caps, que também tem uma demanda muito grande por consequência do tabagismo”, destaca Nunes, informando que na semana que vem a Sesacre deve enviar os medicamentos para os demais municípios que oferecem o tratamento para quem quer largar o fumo.
No Acre, 17 municípios estão cadastrados para ofertar o tratamento. Desses, 11 estão com equipes capacitadas e habilitadas para realizar o tratamento do fumante. Outros cinco municípios já se prepararam para receber a medicação e iniciar o tratamento dos pacientes.
O resultado dessas ações é a redução no número de fumantes em Rio Branco, que, segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), diminuiu 12% desde 2006, passando de 21,2% para 9% da população rio-branquense.
“O tratamento se iniciou em 2006, e junto com a pesquisa do último Vigitel, de 2006 a 2016, quando é feito um cálculo da proporção desses dados, Rio Branco aparece em primeiro lugar em nível nacional, com a redução de mais de 50% de fumantes. Significa que nosso trabalho está surtindo efeito”, analisa.