Em reunião com empresários atacadistas nesta quinta-feira, 13, o governador do Acre, Tião Viana, discutiu a elaboração de um plano de abastecimento em longo prazo, com a oferta de produtos alimentícios, combustíveis e materiais de construção civil. A ação se faz necessária após a Agência Nacional de Águas (ANA) informar que a bacia do Rio Madeira poderá apresentar problemas pelos próximos dois meses, o que prejudicaria a rodovia BR-364 – única ligação terrestre do Acre com o restante do Brasil.
Até o momento, a principal medida adotada foi a contratação do “caminhão prancha”, no qual veículos de grande porte capazes de carregar caminhões serão utilizados pelos três trechos alagados da estrada, a partir de Jacy-Paraná, em Rondônia. O equipamento, que custou R$ 900 mil para a etapa de instalação, deve começar a operar neste sábado, 15. Para Nazaré Cunha, empresária de transportes de carga, a iniciativa é mais do que bem-vinda, já que a quantidade de caminhões presos em Porto Velho é expressiva.
O governador também negocia a aquisição de um sistema de embarcações para trazer mantimentos. No momento, a opção mais viável é a articulação de balsas de até duas mil toneladas de capacidade, que sairiam de Belém, no Pará, para o Acre, cuja previsão de chegada seria de 15 dias. A medida ainda está sob análise, principalmente, por parte dos empresários, que teriam de organizar compras atacadistas junto à capital paraense.
Já a parceria com o Peru começa a render novos acordos comerciais. Toneladas de cimento, vergalhão e ferro já chegaram por meio da cidade de Cruzeiro do Sul, no Juruá. Para auxiliar no processo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou um documento para a importação de tomate e trigo.
O empresário Adem Araújo é um dos mais interessados na negociação e disse que pretende comprar cerca de 500 toneladas de trigo do país vizinho. O representante do Ministério do Comércio Exterior do Peru, Victor Hugo Rodan, reforçou o compromisso com a atual situação das cheias. “Temos todos os produtos que os empresários acreanos listaram para nós. Estamos prontos para atendê-los como for possível”.