O governo do Acre investe mais de R$ 50 milhões na compra de terreno e construção de galpões em 10 municípios. São estruturas que compõem os Parques Industriais e abrigarão empreendimentos locais para o desenvolvimento da cadeia produtiva de móveis.
Em Epitaciolândia, o processo está na fase inicial, por isso os representantes da Secretaria de Desenvolvimento Florestal (Sedens) estão visitando marcenarias, mobilizando e dialogando, para a organização em cooperativas e apresentando as novas perspectivas econômicas para as empresas que se adequarem.
“A indústria marceneira e moveleira acreana é a mais tradicional, porque entrega itens essenciais a todas as casas. Estamos ouvindo os atores daqui de Epitaciolândia, de forma muito democrática. Em breve os marceneiros poderão se transferir para o Parque Industrial”, afirma o assessor especial da Sedens, Jair Santos.
O marceneiro Francisco Nogueira trabalha na marcenaria “Arte e Porta” em Epitaciolândia, e teve a oportunidade de participar da capacitação em Milão: “Lá foi só aprendizado, uma pequena empresa europeia é muito avançada. Desde a forma de tratar os detritos ao uso da economia solar, vimos um exemplo de atividade sem impacto algum”, conta.
Em Epitaciolândia, estão sendo construídos 10 galpões e em Brasileia mais 12. Em Xapuri, o Parque Industrial tem sete galpões, que já abrigam os empreendimentos. No entanto, seguem as obras, pois estão sendo reconstruídos mais dois galpões, a sede administrativa e a estufa. “A estufa vai secar até mil metros cúbicos de madeira e muitos de nós não tinha acesso a esse equipamento. A madeira mais seca, fica mais resistente e não racha, o que dá mais qualidade ao produto”, explica o marceneiro Renato Cabral.
“As obras no Parque Industrial são fundamentais, porque estamos agregando valor, gerando emprego e fazendo inclusão social, uma vez que marceneiros era uma atividade marginalizada e desenvolvida nos fundos de casa e agora estão reunidos em um ambiente saudável e com estrutura para produzir um móvel de melhor qualidade”, destaca o representante Sedens em Xapuri, Renato Farias
Francisco Patrício é proprietário da “Móveis e Esquadrias J.S”. Como resultado desse processo inclusivo, está há três meses instalado no Parque Industrial de Xapuri. Sua cooperativa tem 17 cooperados e gera ainda muitos empregos indiretos. “Antes nós não tínhamos um lugar adequado para trabalhar e agora a gente pode trabalhar mais tranquilo, com condições de crescer e esperar um futuro melhor para nosso negócio”.
O incentivo à organização em cooperativa é um dos critérios de seleção da instituição, o que permite futuramente outros apoios, como a negociação para o aquisição de madeira legalizada a um preço mais acessível, a participação de licitações. “Foi sancionado pelo poder executivo do estado do Acre, que a compra de mobiliário institucional deve advir dos moveleiros do acre. O que é uma oportunidade para as empresas se amadurecerem, aquecendo essa atividade econômica”, completa Jair Santos.