O governo do Estado, por meio da Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa) e a Secretaria de Educação (SEE), fechou nesta terça-feira, 19, 22 contratos com associações e cooperativas de quatro regionais do Acre para a compra de produtos da agricultura familiar que serão usados na merenda escolar. O recurso já garantido será de R$ 16,8 milhões e vai beneficiar quase sete mil famílias produtoras em todo o estado.
O investimento será feito por meio do programa Boa Compra, financiado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que dá assistência financeira suplementar com vistas a garantir no mínimo uma refeição diária aos alunos beneficiários. Por lei, o programa exige que pelo menos 30% das merendas escolares por estado venham da agricultura familiar, valorizando a produção local. No Acre, quase 160 mil jovens serão beneficiados pelo programa.
Durante a reunião com os representantes dos produtores rurais do estado, na sede da Sepa, foram discutidas as ações de trabalho para este ano, com determinação das regras para entrega e a qualidade dos produtos, já que a merenda escolar é o carro chefe da agricultura familiar do Acre, com uma proposta de cardápio nutritiva para os alunos da rede pública.
O chefe do Departamento de Agronegócio da Sepa, Francisco Dantas, destaca que a aquisição dos produtos já começa agora, para contemplar o início do ano letivo.
“Hoje estamos fazendo a assinatura das regionais do Alto e Baixo Acre, Purus, e o Juruá. Esse é um programa fantástico, que tem o viés da economia familiar e que o governo tem se preocupado bastante, porque muitas dessas associações e cooperativas tem no Pnae sua principal fonte de renda. Temos toda uma programação de recebimento e logística para a entrega”, explica Dantas.
Cada família que participa do Pnae pode receber R$ 20 mil durante todo ano pelo programa. Entre os inscritos, a produtora rural Jaira da Silva, presidente da Coopgrãos, de Brasileia, conta que 62 famílias cooperadas participam ativamente do programa com a venda de farinha, feijão e colorau, com um impacto muito positivo na renda de todos.
“A gente avalia esse como um recurso de grande relevância, oportuno para que essas famílias tenham a garantia de poder produzir e poder comercializar, porque hoje o maior problema do produtor é quando ele produz e não tem pra quem vender. E com o programa, esse medo deixa de existir”, conta Jaira.