O governador Tião Viana lançou na tarde desta quarta-feira, 26, na Casa Civil, o edital para a contratação de 1.169 educadores para o programa Quero Ler por meio da oferta de bolsas. Também foram abertas 64 vagas para coordenadores de turma.
O Quero Ler é o ousado programa criado por Tião Viana para erradicar o analfabetismo em todo o Acre até 2018, atingindo um total de 60 mil pessoas acima de 15 anos em todo o estado.
Com essa contratação de educadores, terá início a terceira fase do programa, que pretende atingir quase 15 mil pessoas, num investimento de R$ 6 milhões.
“Nós estamos confirmando a meta mais ousada que um estado brasileiro adotou, que é consolidar o fim do analfabetismo em adultos no Acre até o próximo ano. Isso é uma mudança profunda, e seremos o primeiro estado do Brasil que orgulhosamente venceu essa dívida moral que a nação tem com quem não teve a oportunidade de conhecer o mundo por meio das letras.”
O Quero Ler é apenas um dos motivos que representam uma tão boa fase da educação pública acreana. O Acre é o estado com o melhor desempenho no último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na Região Norte e já está implantando as escolas em tempo integral, atendendo inicialmente 3.760 alunos em sete unidades.
O secretário de Educação Marco Brandão completa: “O Quero Ler é o pagamento de uma dívida social do Brasil com as pessoas que não tiveram a possibilidade de acesso às letras. E esse tipo de ação é fundamental num mundo globalizado e intercultural, onde as pessoas têm contato com todo o planeta”.
O edital estará disponível em breve no Diário Oficial do Estado.
Quem educa e quem aprende
Participando da solenidade, Marcos Antônio de Souza, que deu aulas do programa para dez pessoas em uma pequena comunidade de Rio Branco, conta um pouco de sua experiência: “É um trabalho muito dedicado. São pessoas que têm uma certa idade, então necessitam de uma atenção especial, um carinho. E assim vamos levando, ensinando, mas acima de tudo a gente vai aprendendo com eles também. É uma troca de conhecimento”.
Já Maria de Fátima, de 57 anos, é uma das alunas do programa. Obrigada a largar os estudos aos 12 anos para poder trabalhar, ela viu seus dois filhos se formarem na faculdade e pensou que era sua vez de ir para uma sala de aula mesmo depois de adulta.
“Primeiro dia eu pensei que ia morrer do coração de tanta emoção. Porque é muito prazer estudar. Meus filhos cresceram, estudaram e eu pensei ‘por que eu não vou dar continuidade?’. Meus filhos resolvem os problemas por mensagem de celular e eu ficava só olhando, mas eles me apoiaram e isso me ajudou bastante”, conta.