O Acre dispõe de experiências baseadas na valorização socioeconômica de comunidades locais, com vistas ao fortalecimento daquelas que vêm se estabelecendo por meio de cooperativas e incentivo ao surgimento de novas organizações. Nesta sexta-feira, 27, por exemplo, o governo do Estado fez o lançamento do Programa de Capacitação, Tutoria e Assessoria para Negócios Sustentáveis, com a presença de cooperativistas, gestores e autoridades. O evento foi realizado no auditório da Federação das Indústrias do Acre (Fieac).
O programa tem o objetivo de subsidiar as cooperativas com as instruções necessárias nas áreas estratégicas de gestão financeira e organizacional, para que elas despontem no mercado gerando mais receitas e empregos no estado. Antes de se chegar ao lançamento, mais de 30 cooperativas foram submetidas a diagnóstico para levantamento das áreas de maior fragilidade e, neste primeiro momento, 15 delas serão beneficiadas diretamente.
Autor da iniciativa, o deputado federal Sibá Machado frisou a relevância de se investir no cooperativismo. “O governo tem apostado na agroindustrialização e agora essas famílias terão acesso a financiamento para contratação de tutores, que vão atuar diretamente na encubação desses empreendimentos e possibilitar que eles avancem não apenas no estado, mas também alcancem os caminhos da exportação”, frisa.
A execução do programa ficará por conta da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), que contará com a mediação do Sistema Fieac, por meio do Instituto Evaldo Lodi (IEL). Durante o evento, a representante da Fieac Marjha Braga pontuou o papel da prestação de assessoria: “Vamos disponibilizar os tutores para trabalharem as áreas que foram diagnosticadas como ineficientes ainda. Com o foco numa melhor administração e marketing, poderemos torná-los mais competitivos”.
O gestor da Sedens Michel Marques completou: “Teremos de agora em diante cadeias produtivas mais fortalecidas e independentes, sem dúvidas. E assim, mais uma vez o governo cumpre seu papel de dar condições para que os pequenos e os médios produtores cresçam e venham a se tornarem grandes”.
Expectativas
Cinco pilares foram previamente estabelecidos pelo programa: recursos humanos, gestão de pessoas e empresarial, associativismo, marketing e governança. E quem já está cheia de expectativas é Elisabete dos Santos, presidente da Cooperativa Sonho Meu, que envolve mais de 30 famílias do Projeto de Assentamento do Caquetá, em Porto Acre.
Há mais de 20 anos os produtores vivem da agricultura familiar e há seis anos decidiram apostar no cooperativismo para facilitar o processamento das matérias-primas, principalmente a mandioca. “Tendo uma cooperativa se torna mais fácil organizar, por exemplo, uma logomarca para viabilizar a comercialização, já que temos a intenção de futuramente exportar”, explica.
Com a assessoria que receberão por parte do programa, Elisabete acredita que devem surgir novos cooperados. “Quando todos os produtores entenderem que a cooperativa é uma forma de ampliação de renda, também vão se juntar a nós e agregar valor a esse trabalho”, afirma.